O Santos vive a página mais triste de sua nobre história de 111 anos. Pela primeira vez, disputará a Série B do Brasileirão em 2024. Sacramentado com a derrota por 2 a 1 para o Fortaleza nessa quarta-feira, na Vila Belmiro, o rebaixamento era um fantasma para o torcedor alvinegro já há três anos – desde 2021 o clube frequentou as últimas posições do campeonato nacional e também do Paulistão. Marinho, ex-atacante do Peixe, e Lucero fizeram os gols do Leão – Messias anotou para o Santos.
Como ficou
A última rodada começou com o Santos dependendo apenas de si. Uma vitória bastaria para o Peixe se livrar e o clube também escaparia da queda em caso de derrotas de Bahia e Vasco. Porém, além de não fazer sua parte, o time comandado por Marcelo Fernandes viu os dois adversários ganharem seus jogos. O Tricolor bateu o Atlético-MG por 4 a 1, enquanto o Cruz-Maltino venceu o Bragantino por 2 a 1. Assim, o Santos ficou no 17º lugar, com 44 pontos. Com o triunfo, o Fortaleza encerrou o Brasileirão na 10ª posição, classificando-se para a Sul-Americana do ano que vem.
Primeiro tempo
Foi um primeiro tempo de pesadelo para a torcida alvinegra, que lotou a Vila Belmiro. Além de ver a equipe jogar mal contra o Fortaleza, o santista ficou sabendo logo no início que o Bahia já estava na frente do Atlético-MG. Para piorar, o Vasco também abriu o placar contra o Bragantino, aumentando a tensão. Jogando sem preocupações, os visitantes tinham mais a bola e criavam chances de perigo. Aos 16 minutos, Jean Lucas teve uma das melhores oportunidades para o Peixe, mas acabou chutando o chão.
Na Fonte Nova, o Atlético-MG até empatou com o Bahia, em resultado que salvava momentaneamente o Santos, mas nem assim o time de Marcelo Fernandes se tranquilizou. Lucas Lima e Nonato entraram nos lugares de Tomás Rincón e Dodô. Aos 37, todos os jogadores de linha da equipe foram para o ataque em cobrança de escanteio, e deixaram Marinho livre no contra-ataque. Lançado, o atacante ficou cara a cara com João Paulo, fez valer a “Lei do Ex” e ainda provocou a torcida santista. Se a situação do Peixe já era preocupante, ela se tornou desesperadora após o apito final, quando chegou à Vila Belmiro a notícia de que o Bahia havia marcado o segundo gol diante do Galo.
Marinho provoca torcida do Santos após gol (Foto: Reprodução)
Segundo tempo
Precisando do resultado, o Santos se lançou ao ataque na etapa final e passou a criar mais. Aos 12, a equipe teve um suspiro. Lucas Lima cobrou escanteio e Messias testou firme, para o fundo do gol. Cinco minutos depois, a esperança cresceu: o Bragantino empatou com o Vasco, resultado que ia livrando o Peixe da queda. Mesmo sem muita organização tática, o time da Vila Belmiro ficou em cima do adversário em busca do segundo gol. Porém, a equipe esbarrava em problemas que foram vistos durante toda a temporada, como a falta de criatividade. Aos 36, a preocupação virou pavor. O Vasco passou à frente do placar novamente
. Desesperado por um gol, o Santos se lançou de forma desgovernada ao ataque e até o goleiro João Paulo foi para a área adversária em alguns lances. Em um deles, aos 49, Lucero recuperou a bola no campo de ataque, viu a meta desprotegida e mandou para as redes, sem que ninguém pudesse evitar o gol. Imediatamente, objetos passaram a ser lançados para o campo, e o árbitro encerrou o jogo, sacramentando o primeiro rebaixamento do clube de Pelé.
Revolta
A partida terminou em confusão, com episódios de vandalismo na Vila Belmiro. Logo após o segundo gol do Fortaleza, bombas começaram a explodir dentro e fora do estádio e objetos foram atirados no gramado. Houve também tentativa de invasão de campo. Os jogadores do clube cearense saíram correndo para os vestiários, e Vuaden encerrou o jogo, também deixando o gramado com seus companheiros de arbitragem. Na sequência, houve conflito entre torcedores e policiais nos arredores da Vila.
Torcedora do Santos chorando em jogo contra o Fortaleza (Foto: Reprodução)
Soteldo em Santos x Fortaleza (Foto: Reprodução)
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Confusão na Vila Belmiro após o rebaixamento do Santos — Foto: Bruno Gutierrez
Depois de cerca de dez minutos, todo o elenco deixou o gramado sob “chuva” de objetos atirados por esses torcedores. Principalmente cadeiras. (GE)