Por Luis Cláudio

Quanto mais se fala em preservação ambiental, como um dos quesitos para o prosseguimento dos seres vivos no planeta terra, incluindo alguns “humanos”, a cada dia surgem atitudes descabidas e contrárias às normas pela qualidade de vida, no mundo em que vivemos. O planeta passa por transformações ambientais devido aos fenômenos naturais, que causam enchentes, derretimento de geleiras, aquecimento de mares, seca de rios e lagos e ainda assim, tem “humanos” contribuindo para as tragédias ambientais.

Nos próximos dias, a Câmara de Vereadores de Cuiabá reitera sua função de fiscalizar e acompanhar os problemas da cidade por meio de uma audiência pública requerida por mim, vereador Luis Cláudio, com objetivo de debater os impactos causados diante da reativação de uma graxaria nas dependências da empresa Marfrig, em Várzea Grande, às margens do Rio Cuiabá. Ressaltando que os questionamentos são pela conscientização e higienização sanitária da empresa, que deve preservar a manutenção dos vários empregos gerados em torno dessa região.

Os problemas têm se agravado atingindo a população da capital e do município vizinho. Reuniremos a população das duas cidades nesta quinta-feira, dia 30 de novembro, às 15 horas, no plenário das deliberações da Câmara Municipal de Cuiabá para tratarmos o assunto.

Os moradores dessa região centralizada na ponte Sérgio Motta reclamam de risco à saúde e a desvalorização de imóveis novos e antigos, situados na Avenida Beira Rio. A graxaria inaugurada em maio deste ano pela Marfrig foi instalada próxima a uma área de preservação às margens do Rio Cuiabá, numa área urbana da cidade onde vivem mais de 50 mil pessoas. O incômodo devido ao mau cheiro constante de carnes e ossos processados vai se agravando, isso porque, a atividade ainda não atingiu nem 50% da sua capacidade de produção.

A sociedade e os poderes constituídos devem se posicionar em relação aos impactos destrutivos que a graxaria provoca ao meio ambiente e notadamente, os danos causados à saúde da população. Conforme trabalhos realizados em outras partes do país, existem alternativas tecnológicas para o desenvolvimento de pequenas graxarias destinadas à pequena e média produção de produtos originários da carne bovina entre outros.

Em alguns lugares, as empresas do ramo já atuam com uma produção mais limpa, o que reduz o impacto ambiental da atividade e os riscos das más condições higiênicas.

As graxarias são empresas que coletam e processam penas, ossos, gorduras, sangue, subprodutos de açougues, de peixarias, de salsicharias, subprodutos de matadouros de bovinos, aves, suínos e outros animais usados no consumo humano. Elas transformam esses subprodutos em sebo e em farinhas de carnes, ossos, sangue, pescado e penas, que são utilizadas na produção de rações para criação de animais ou de adubo.

Com a proximidade das cidades de Cuiabá e Várzea Grande, a graxaria da Marfrig deveria utilizar equipamentos modernos para o tratamento dessa matéria prima que ainda é utilizada como resíduos de subproduto animal. Dessa forma o meio ambiente será poupado de uma trágica e anunciada degradação poluindo as águas do já famigerado Rio Cuiabá e a população terá uma rotina de vida saudável.

Especialistas recomendam que a localização mais conveniente dos matadouros-frigoríficos e graxarias seja próximo às regiões de criação dos animais e não próximo aos centros de consumo. Esta tendência apresenta também a vantagem social de levar conscientização ambiental e desenvolvimento econômico às regiões onde estão instaladas.

Estas análises levam a questionamentos preocupantes, reforçando o cenário de incertezas sobre o futuro da humanidade diante da natureza ameaçada. É necessário se buscar alternativas técnicas mais eficientes e de menor custo do que as usadas atualmente pelos médios e grandes frigoríficos. As graxarias são importantes, mas não devem ser problemas para a população e nem para o meio ambiente.

Luis Cláudio é vereador por Cuiabá.

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