RAFAEL SODRÉ DE ARAGÃO
O câncer de próstata, uma das principais preocupações em saúde masculina, é frequentemente cercado por mitos e medos que podem impactar a prevenção e o tratamento adequado. Um mito comum é a associação exclusiva do câncer de próstata a idosos, quando, na realidade, homens mais jovens também estão suscetíveis a essa condição. Esse equívoco pode levar a uma falta de conscientização e cuidados preventivos em uma faixa etária mais ampla.
Outro mito relevante diz respeito ao temor em torno do exame de toque retal. Muitos homens evitam esse procedimento devido ao receio de dor ou constrangimento. No entanto, é crucial destacar que o exame é rápido, desconforto é mínimo e sua importância na detecção precoce é inegável. Superar esse medo pode ser crucial para garantir diagnósticos precoces e aumentar as chances de tratamento bem-sucedido.
Há também a crença equivocada de que o tratamento do câncer de próstata inevitavelmente resulta em impotência sexual. Com avanços significativos em opções terapêuticas, como a cirurgia robótica e terapias focadas, muitos pacientes conseguem preservar sua função erétil. Desmistificar essa associação negativa é vital para encorajar os homens a procurarem tratamento sem o receio adicional relacionado à qualidade de vida pós-tratamento.
Além disso, existe a ideia errônea de que a prevenção não é necessária, pois o câncer de próstata não pode ser evitado. Embora não haja garantias absolutas de prevenção, adotar hábitos de vida saudáveis, como uma dieta equilibrada e a prática regular de exercícios, pode contribuir para a redução do risco. A conscientização sobre esses fatores de estilo de vida é crucial para uma abordagem holística da saúde masculina.
Em suma, desmitificar o câncer de próstata é essencial para incentivar a busca por exames preventivos, a compreensão adequada dos procedimentos diagnósticos e a escolha de tratamentos baseados em informações precisas. A superação desses medos e mitos é um passo fundamental para promover uma abordagem proativa à saúde e bem-estar masculinos.
(*) RAFAEL SODRÉ é Diretor Técnico e Cirurgião Oncológico do Hospital de Câncer de MT.
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