Se a palavra “renovação” costuma vir à tona após derrotas brasileiras em Copas do Mundo, os números mostram que pelo menos as tentativas estão a todo vapor em 2023. Após a eliminação no Catar no ano passado, a Seleção chegou a 19 estreias promovidas em um ano – marca que não era atingida desde o período de um após o Mundial da França em 1998.
Na derrota por 2 a 1 para a Colômbia, pela quinta rodada das eliminatórias sul-americanas, Fernando Diniz utilizou quatro novatos, todos atacantes saindo do banco de reservas: João Pedro, Pepê, Paulinho e Endrick.
Eles se juntam a Caio Henrique, Gabriel Magalhães, Yan Couto e Carlos Augusto, que tiveram estreias promovidas por Diniz, e a outros 11 que receberam as primeiras oportunidades sob comando de Ramon Menezes.
A estatística leva em conta o período de 12 meses após a eliminação na Copa. Ou seja, em condições normais de calendário até o fim do primeiro semestre do ano seguinte ao Campeonato do Mundo.
A reformulação após o vice para a França em 1998 foi marcada por um ciclo conturbado, quando a Seleção teve quatro treinadores: Vanderlei Luxemburgo, Candinho, Emerson Leão e Luiz Felipe Scolari. Das 19 caras novas, no entanto, apenas duas estiveram na campanha do penta na Coreia e no Japão: Vampeta e Ronaldinho Gaúcho.
Número de estreantes na Seleção no período de um ano após Copa do Mundo:
- 1994 – 18 estreias (Marcelinho Carioca, Marques, André Luiz, Juninho Paulista, Leandro Ávila, Souza, Yan, Amoroso, Argel, Bruno Carvalho, Danrlei, Gélson, Jéfferson, Sérgio Manoel, Zé Elias, Doriva, Giovanni e Dida)
- 1998 – 19 estreias (Alex, André, Felipe, Jackson, Rogério, Serginho, Vampeta, Fábio Júnior, Odvan, Émerson, Alessandro, Juninho Pernambucano, Scheidt, Djair, Evanílson, Roni, João Carlos, Marcos Paulo e Ronaldinho Gaúcho)
- 2002 – 8 estreias (Diego, Adriano Gabiru, Fábio Luciano, Gil, Gilberto, Luis Fabiano, Ilan e Maurinho)
- 2006 – 14 estreias (Daniel Carvalho, Rafael Sobis, Marcelo, Daniel Alves, Fernando, Hélton, Ilsinho, Josué, Afonso Alves, Naldo, Doni, Jô, Anderson e Alex Silva)
- 2010 – 18 estreias (André, David Luiz, Éderson, Jucilei, Neymar, Ganso, Victor, Elias, Giuliano, Philippe Coutinho, Réver, Wesley, Douglas, Jadson, Renato Augusto, Jonas, Leandro Damião e Lucas Moura)
- 2014 – 11 estreias (Everton Ribeiro, Gil, Ricardo Goulart, Mário Fernandes, Souza, Fred, Douglas Costa, Luiz Adriano, Firmino, Fabinho e Felipe Anderson)
- 2018 – 12 estreias (Arthur, Everton Cebolinha, Lucas Paquetá, Richarlison, Andreas Pereira, Éder Militão, Felipe, Neto, Pablo, Allan, Alex Telles e David Neres)
- 2022 – 19 estreias (Andrey Santos, Arthur, Raphael Veiga, Rony, Vitor Roque, Yuri Alberto, Vanderson, Ayrton Lucas, Joelinton, Malcom, André, Caio Henrique, Gabriel Magalhães, Yan Couto, Carlos Augusto, João Pedro, Paulinho, Pepê e Endrick)*
* Bento, Lucas Perri e Nino podem fazer o número aumentar
Neste século, o ano com o menor número de estreias após uma Copa do Mundo foi justamente o seguinte ao penta, conquistado no Japão e na Coreia do Sul em 2002. Carlos Alberto Parreira manteve a base de Felipão e utilizou apenas oito novatos até junho de 2023.
Um dos novatos após a eliminação para a Croácia, no Catar, André falou sobre a renovação da seleção brasileira. Na opinião do volante, o impacto é atenuado pela experiência de jogadores com uma carreira construída na Europa, apesar de jovens.
fonte:GE