Em meio ao calor extremo sentido em Cuiabá nos últimos meses, cresce a busca por atendimento médico na capital. A informação é do doutor em medicina e diretor-geral do Hospital Santa Rosa, em Cuiabá, Cervantes Caporossi, que em conversa com HNT, explicou que apesar do calor não ser o motivador principal para o mal-estar, ele é responsável por intensificar os quadros já enfrentados por pacientes com comorbidades.
Conforme o especialista, crianças e idosos são os mais afetados. Queda de pressão, náuseas e tonturas estão entre os principais sintomas relatados pelos pacientes durante os atendimentos.
“Quando se trata desse calor intenso, nossa maior preocupação é voltada aos idosos e crianças, até porque eles possuem mais acometimentos e são os que mais sofrem com isso. Na maioria das vezes, os pacientes chegam aqui com a pressão baixa, tontura e náuseas. Geralmente, esses sintomas estão atribuídos a problemas do coração a aos vasos sanguíneos, porque, com isso, ele não consegue bombear o sangue direito, ocasionando, principalmente, a queda de pressão”, disse à reportagem.
Segundo Cervantes, quando um paciente busca por atendimento médico, dificilmente ele associa os sintomas às altas temperaturas.
“E eu penso que essa é a primeira que vez enfrentamos um calor tão intenso quanto esse em Cuiabá. Normalmente, um paciente não chega até o pronto-atendimento e alega estar passando mal pelo calor, mas nós da área da saúde conseguimos ver as consequências”, explicou o médico.
Em espera por atendimento na UPA Verdão, a aposentada Luzia Luísa Pereira, de 71 anos, reforçou a tese apresentada pelo especialista.
Com problemas cardíacos, ela foi à unidade em busca de assistência médica logo depois de um quadro de mal-estar.
“A gente já não tem saúde, com esse calor, fica pior ainda. Eu tenho problemas cardíacos e a pressão não vive bem regulada, eu vivo em tratamento, mas não é fácil, o calor judia muito da gente. Eu tenho me sentido muito cansada, sinto muita falta de ar, tem horas que até parece que o ar vai acabar. Como eu já faço acompanhamento do coração, sempre que eu passo mal dessa forma, eu corro para o hospital”, contou.
Já a prestadora de serviços gerais Marilene de Lima, de 55 anos, confidenciou que, devido à sua atuação em um trabalho braçal, a busca por atendimento médico aumentou em meio às altas temperaturas.
“Eu estou sentindo muita falta de ar e dor nas costas, eu nunca tive isso e, de uns tempos pra cá, tenho sofrido muito com esses sintomas. Eu sofro muito com esse tempo, tenho ficado muito cansada, antes eu não ficava assim, mas esse ano tá difícil, o calor está judiando demais. Só esse ano eu já procurei a UPA três vezes, passando mal do nada. Eu tive que colocar um ar-condicionado em casa porque eu não estava conseguindo dormir, muitas vezes eu já fui trabalhar com os olhos pregados. Eu trabalho com serviços gerais, e é muito puxado, é brutal”, contou.
Ao HNT, Cervantes destacou que os quadros “quase nunca mudam”. No entanto, reforçou a importância de seguir com as orientações e os cuidados para os dias mais quentes do ano, que em sua avaliação, são “universal”.
DICAS
– Aumentar ingestão de água;
– Evitar a exposição direta ao sol nas horas mais quentes do dia, em especial, de 10h às 16h;
– Utilizar filtro solar;
-Usar preferencialmente roupas frescas e ventiladas;
-E principalmente, buscar por atendimento médico imediato em caso de tonturas, náuseas ou mal-estar.
fonte: HNT