O Flamengo não deu chances ao Palmeiras e venceu por 3 a 0 com muita autoridade na noite desta quarta-feira. Após a grande atuação no Maracanã, Tite foi perguntado se a vitória recoloca o time na briga pelo título ou se o discurso ser utilizado é o de busca por vaga no G-4.
– Ele é a verdade, é a segunda parte da pergunta que você colocou (de o Flamengo estar no quinto lugar) Se algum momento estivermos a uma pontuação ou a uma partida, a gente fala. Por enquanto é a realidade daquilo que nos propusemos. É o próximo jogo, é o próximo passo, é a performance, é produzir bem, é vencer jogos e crescer. Aonde quero chegar eu não sei, mas nosso objetivo é crescimento.
– Nosso objetivo inicial é de vaga direta na Libertadores. É um campeonato que se mexe a cada rodada. Não vou falar do sonho e nem do risco. Daqui a pouco não está nem no G-4. A realidade é do grande jogo que fizemos e do pés no chão. Já fui picado. Baixamos a guarda depois das duas primeiras vitórias e nós aprendemos.
Tite falou também do crescimento de Everton Cebolinha. Ele recorreu a outro momento da carreira para tratar de um atleta que foi contratado com a missão de se adaptar dentro de uma temporada.
– Eu entendo a individualidade, vou responder da individualidade, mas o conjunto e a engrenagem têm que estar funcionando. Senão isoladamente ninguém aparece. Sobre individualidade, vou dar um exemplo. Teve um determinado momento que um atleta foi contratado. Atleta que eu dirigia. E ele foi contratado para jogar na Alemanha. E o diretor disse: “você tem um ano para se adaptar”. Olhei para ele e digo: “Você tem um ano em cima do clube, em cima do modelo e das necessidades”.
– Ele é um ser humano igual a nós. Precisa de naturalidade, de tempo de maturidade e de adaptação a uma camisa pesada e expectativa alta. Esse contexto humano faz parte. Não é o Tite que faz, é o Flamengo enquanto instituição e a torcida que dá carinho para que ele possa desenvolver o seu melhor.
Auxiliar e filho de Tite, Matheus Bacchi abordou a bola parada, que funcionou muito bem contra o Palmeiras.
– A gente vai conversando durante o jogo situações que a gente pode pensar em ajustes e como a gente pode potencializar a equipe ou equilibrar quando um adversário está numa situação um pouco melhor que a gente. A comissão inteira conversa e a gente fica trocando ideias para elaborar esses ajustes.
– É muito bom a gente chegar num clube e os atletas serem receptivos a uma ideia nossa. Quando a gente consegue implementar uma ideia, os atletas acreditam e todos juntos vão fazendo isso pra melhorar no dia a dia, a gente tem essa evolução. A gente está começando ainda, precisa melhorar.
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Pedro em crescimento
– A individualidade. A equipe está em formação e se moldando. Hoje ela tem dois atletas de velocidade de lado que potencializam um 9 e um articulador, com um segundo meio-campista box to box e um primeiro posicional. Ela te traz esse componente às vezes com um lateral atacando a última linha ou um construtor. E ainda tem o Varela, jogador de seleção, que se preparou para os dois lados.
– Então você vai tendo possibilidades e ajustes para que ele possa tirar proveito quando tiver dois flechas do lado e dois articuladores por dentro. Isso também te possibilidade um ponto de equilíbrio.
Por que a equipe baixou a guarda após as duas primeiras derrotas e como foi a conversa com os jogadores?
– A gente mudou três metodologias durante o ano, isso dificulta a coordenação. Imagina você mudar seus diretores ou sua equipe de trabalho. Alguns gostam de volume, outros de intensidade, outros baixam. Um faz uma marcação de bola parada individual, outro mista, isso tudo entra na cabeça do atleta, e é muito difícil.
– A gente procurou ter as datas Fifa para que tivesse um tempo de organização maior para buscar informações para a gente aproveitar tudo de bom que o Flamengo tinha e agregar alguns detalhes que pudessem potencializar sem ferir as características. Isso é desafiador, isso é muito difícil. (GE)