Vasco e Goiás perderam na rodada e com isso, suas chances de permanecer na Série A caíram abaixo de 50%. O Vasco perdeu em casa para o Internacional (2 a 1) e com isso suas chances de ficar na Série A em 2024 caíram de 60,2% para 44,0%. O Goiás perdeu como visitante para o Fluminense (5 a 3) e a probabilidade de permanecer na Série A caiu de 58,2% para 45,6%. Já o Cuiabá que tinha 97% de probabilidade de permanência, viu as chances caírem para 93%.

O Corinthians venceu fora de casa o Cuiabá (1 a 0) e suas chances de seguir na Série A aumentaram de 74% para 88,8%, a maior alta da rodada. Na próxima rodada, o Corinthians recebe o Santos, que ao derrotar o Coritiba (2 a 1) fez sua probabilidade de permanecer s Série A subir de 46,4% para 55,5%.

Em parceria com o economista Bruno Imaizumi, analisamos todas as finalizações cadastradas pelo Espião Estatístico em 4.088 jogos de Brasileirões desde a edição de 2013, que servem de parâmetro para medir a produtividade atual das equipes no ataque e na defesa a partir da expectativa de gol (xG), métrica consolidada internacionalmente. Os dados ajudam a calcular as chances de cada equipe vencer os jogos restantes, fazendo 10 mil simulações para cada partida a ser disputada, o que resulta nos percentuais do quadro abaixo. A metodologia empregada está explicada no final do texto.

Chances de permanecer na Série A

Pós 29ª rodadaPermanência
Botafogo100%
Bragantino100%
Flamengo100%
Palmeiras100%
Athletico-PR100%
Atlético-MG100%
Grêmio100%
Fluminense100%
Fortaleza99,96%
São Paulo97,51%
Internacional97,06%
Cuiabá93,61%
Cruzeiro90,56%
Corinthians88,81%
Bahia86,76%
Santos55,50%
Goiás45,62%
Vasco44,00%
América-MG0,45%
Coritiba0,16%

Chances de Libertadores

O Palmeiras goleou o São Paulo por 5 a 0 e ganhou uma posição na classificação da Série A superando o Flamengo e se colocando agora na terceira colocação. Com isso, o Palmeiras ampliou suas chances de terminar no G-4 que leva para a fase de grupos da Libertadores: aumentou de 51,9% para 61,8% esse potencial. As chances de a equipe terminar o Brasileirão no G-6 passou de 82,3% para 87,5%.

O Atlético-MG derrotou fora de casa o Bragantino e quase dobrou seu potencial ter ficar no G-6 ao final do Brasileirão: de 24,3% para 45,5%. A equipe praticamente triplicou suas chances de G-4, passando de 5,9% para 16,3%. Veja abaixo as chances de cada equipe:

Chances de ir para a Libertadores

Pós 29ª rodadaG-4G-6
Botafogo99,89%100%
Bragantino81,98%95,73%
Flamengo63,42%87,62%
Palmeiras61,82%87,48%
Athletico-PR40,41%73,85%
Atlético-MG16,31%45,75%
Grêmio14,73%42,02%
Fluminense11,56%34,24%
Fortaleza9,45%28,07%
São Paulo0,22%2,01%
Internacional0,11%1,44%
Cuiabá0,05%0,67%
Corinthians0,03%0,43%
Cruzeiro0,02%0,40%
Bahia00,29%

Chances de título

 

Breno Lopes comemora o segundo gol do Palmeiras na goleada por 5 a 0 sobre o São Paulo — Foto: Mauro Horita

Breno Lopes comemora o segundo gol do Palmeiras na goleada por 5 a 0 sobre o São Paulo — Foto: Mauro Horita

O Botafogo nem precisou entrar em campo para aumentar suas chances de título de 81,4% para 89,5%. O apagão, desta vez, acometeu os times do Bragantino e do Flamengo, rivais com maior potencial de atrapalhar os planos botafoguenses. Com a goleada sobre o São Paulo, o Palmeiras foi a equipe que aumentou sua probabilidade de ser campeão: de 1,0% para 2,15%.

 — Foto: Infoesporte

— Foto: Infoesporte

Com a derrota em casa para o Atlético-MG, o potencial de o Bragantino chegar ao título caiu de 14,% para 5,75%, enquanto o Flamengo foi derrotado fora de casa para o Grêmio, e as chances que eram de 2,6% de o Flamengo chegar ao título minguaram para 1,89%.

Chances de título no Brasileirão

pós 28ª rodadaTítulo
Botafogo89,48%
Bragantino5,75%
Palmeiras2,15%
Flamengo1,89%
Athletico-PR0,55%
Atlético-MG0,09%
Grêmio0,09%

Metodologia

Apresentamos as probabilidades estatísticas baseadas nos parâmetros do modelo de “Gols Esperados” ou “Expectativa de Gols” (xG), uma métrica consolidada na análise de dados que tem como referência as finalizações cadastradas pelo Espião Estatístico em 4.088 jogos de Brasileirões desde a edição de 2013.

As variáveis consideradas no modelo são: (1) a distância e o ângulo da finalização em relação ao gol; (2) se a finalização foi feita cara a cara com o goleiro; (3) se foi feita sem a presença do goleiro; (4) a parte do corpo utilizada para concluir; (5) se a finalização foi feita de primeira, ajeitada ou carregada; se o chute foi feito com a perna boa ou ruim do jogador; (6) a origem do lance (pênalti, escanteio, cruzamento, falta direta, roubada de bola, lateral etc); (7) se a assistência foi feita de dentro da área; (8) a posição em que o atleta joga; (9) indicadores de força do chute; (10) o valor de mercado das equipes em cada temporada a partir de dados do site Transfermarkt (como proxy de qualidade do elenco); (11) o tempo de jogo; (12) a idade do jogador; (13) a altura do goleiro em jogadas originadas de bolas aéreas; (14) a diferença no placar no momento de cada finalização.

De cada cem finalizações da meia-lua, por exemplo, apenas sete viram gol. Então, uma finalização da meia-lua tem expectativa de gol (xG) de cerca de 0,07. Cada posição do campo tem uma expectativa diferente de uma finalização virar gol, que cresce se for um contra-ataque por haver menos adversários para evitar a conclusão da jogada. Cada pontuação é somada ao longo da partida para se chegar ao xG total de uma equipe em cada jogo. Essa variação indica as chances de os times vencerem cada adversário e, a partir daí, é calculada a chance de os clubes terminarem o campeonato em cada posição.

O modelo empregado nas análises segue uma distribuição estatística chamada Poisson Bivariada, que calcula as probabilidades de eventos (no caso, os gols de cada equipe) acontecerem dentro de um certo intervalo de tempo (o jogo). Para chegar às previsões sobre as chances de cada time terminar o campeonato em cada posição foi empregado o método de Monte Carlo, que basicamente se baseia em simulações para gerar resultados. Para cada jogo ainda não disputado, realizamos dez mil simulações.

*A equipe do Espião Estatístico é formada por: Gabriel Leonan, Guilherme Maniaudet, Guilherme Marçal, João Guerra, Leandro Silva, Roberto Maleson, Roberto Teixeira, Valmir Storti e Victor Gama. (GE)