Sobre as alturas onifulgentes alaranjadas pelo sol poente, a radiância dourada de tuas miragens sagradas jaz no cume da Chapada quão reverente !
Entre entrâncias d’um novo dia, o orvalho recaía nesta bela geografia meigamente!
O espírito do extraordinário deita teus arenitos avermelhados, ó Chapada de mil glórias, contemporânea da Pré-História, tua beleza tem oratória tem brado sagrado!
Teus tons milenares, teus altos desaguares suaves, tão altos como os luares, é teu telhado estrelado!
A feição de teu relevo no topo em que Deus dá beijo, às escarpas de montes meigos, ó irmã dos pleitos aurorados do Cerrado!
Esmera-se o charme de sua bioarte e de teu belo Geoparque, nas essências da vegetalidade de mil aspectos!
Chapada, visão planiciada, forma de relevo elevada, além exaltada de 800 metros!
Densas vegetações te arborizaram, os dinossauros te inauguraram, na era mesozóica te crutaceonizaram, ó chão magnético e mui pluviométrico!
Sua história vem cantando e cumprimentando os oceanos, ao longo de milhões de anos, ei-la lá, bem lá!
Fostes mares um dia, em ti ainda há conchinhas, e fósseis marinhos nas entrelinhas estão a contar!
A planície pantaneira afundada pela Andes Cordilheira, formando essas Chapadas inteiras, cá, bem cá!
Ó terra das araras-vermelhas, do Tamanduá-Bandeira, a natureza é a tua bandeira, entre o Lobo-Guará!
Ademais, por mais que os mortais, em tela veraz, a escrevam, e arqueólogos, fotógrafos a descrevam com centelhas… És tão antiga e quiçá mais bonita que as límpidas e distas estrelas!
Para vermos a enormidade de teus termos e rochedos, onde o céu escreveu segredos, e Deus põe seus cotovelos para sonhar!
Recanto dos anjos em passeios, a energia da paz aqui pôs seu cheiro, dos amigos das estrelas é o recreio peculiar!
Fauna profusa e farta, habitat da onça-parda, grandes e nativas matas com jatobás e jacarandás!
Em teu chão a ermo há a pegada do Eterno, como da abelha no terno mel.
Os tectônicos choques térmicos formaram teu “portão do inferno “, mas também deram o geodésico Mirante Alto do Céu!
Ó rochas leiras das nuvens inteiras, tão diferentes e companheiras, e o céu beira com louvor!
Pelo tempo foram eleitas, e contam a história d’uma Cordilheira que corriqueira andou!
Rochas pela beleza eleitas, narram toda a história do planeta, são geólogas trombetas perfeitas, que o tempo firmou!
Falam de milhões de anos em que um oceano que, em vasto canto, se fechou!Rochas que narram a entrada das águas do oceano sobre as áreas desse chão.
Invertebrados marinhos fossilizados em teu ninho, fostes mar, deserto, caminho e vulcão!
Os pré-históricos animais comeram em teus arraiais, dos densos vegetais estruturais até à própria extinção!
Ao olhar geológico, és épica, és centralidade geodésica, estrela cretácea exubérica, deem-lhe as épocas a biopreservação!
Chão ecoturístico, quão místico, no grande espírito do tempo!
Ó grande geosítio de conteúdos fossilíferos, laboratório do Altíssimo e de seu templo!
Águas lindas de mil idas e vindas, mui amigas das cantigas antigas dos adventos e biodiversidade na paisagem da cidade, em exemplos!
Nos antigos dias, fostes Cordilheira que se estendia à borda oeste dessa via até Corumbá e seguia ao chão bonito de Bonito!
Por três vezes, os mares te recobriram, os séculos em milhares a viram, as geoconservações te miram, ó benditos paredões de arenito!
Geologia excepcional de relevância global, e de fama internacional em pesquisas.
Ó irmã dos mares e de seus desaguares, pelos pré-históricos luares deslizas!
A natureza c’o seu dom sempiterno é a lousa mestra d’um aprendiz eterno que, pelos mistérios naturais internos, se alfabetiza!
Em 1722, Lara entra e nesse chão se adventa, e abre sua fazenda aqui.
Entre levas de Bandeirantes, Lara chegara pelo curso das águas brilhantes, c’o anelos auríferos garimpantes por ali.
Depois daqueles dias, a fazenda tornaria, para efeitos de cronologia, “Engenho do Buriti”.
Almeida de Lara no caminho abrira o seu cantinho, a primeira fazenda “Buriti Monjolinho “, produzindo seu ninho, seus pães!
Luiz Pinto de Sousa Coutinho, governava esse chão dos passarinhos, tempo político dos padrinhos e capitães!
Quem diria, ó princesa da geografia, ó terra que inspira poesia, que a ” Vila da Freguesia ” hoje seria Chapada dos Guimarães?!!!
Almeida de Lara desbravara essa terra rara, de coloridas araras e águas claras torrenciais!
Cachoeira que louva o Véu da Noiva, de águas lindas e afoitas surreais!
Em queda de força que se amoita, como asas de anjo em bodas celestiais!
Ó Chapada, terra espaçada, arborizada, elegantemente posturada, aplainada entre cantatas orquestrais!
Beleza planalteada, tubulada, ávida morada de energias sagradas e espirituais!
Na íris dos olhos das Serras rumorejam as tão belas nascentes sentinelas, entre ramos, silvedos e bromélias, mui reais !
A majestade da aurora em farol, cantando em lírico o hino cívico do Sol!
Terra famosa, chão bonito. Ah, seus paredões de arenito qual vivo crisol!
O Altíssimo, no celestial livro, criara com o próprio sorriso este paraíso em prol!
1751, ano útil, origina o histórico núcleo desse povo mútuo da cidade.
Quais flores em sútil, como voo búteo, o amparo dos plúteos, o povo frúteo da chapadanidade!
Os jesuítas escalados à missão por estes lados, pelo Padre Estevão de Castro comandados, missão e arte!
” Sant’Ana da Chapada assim aqui chamava, a missão e a região desbravada, nome da cidade!
Eis que a Capitania depois mudaria em ” Chapada de Cuiabá ” e seria membrasia da cuiabanidade!
Igreja Nossa Senhora de Santana, no seio do Cerrado e de seu bioma, a mais antiga do estado proclama historicidade!
A última arte barroca do Estado, a importância cultural deste legado, cumprimenta os séculos passados da brasilidade!
O nome atual a nascer, c’a Lei Estadual a romper, 1953 iria ser para o mundo ver o poder dos escrivães!
Dezembro, sem erro nenhum, Dia 15, mistério algum! Lei setecentos e um e seus guardiães!
A terra rara e incomum, além da consciência ordinária e comum: Chapada dos Guimarães!
31 de julho é o seu aniversário…
Terra de belos artesanatos!
Primórdios pelos teus matos eram índios táticos aldeães!
Então, o Visconde de Balsemão que governou nossa região, tivera a sugestão da nomidade…
Em relação ao nome desse chão, propôs de antemão, em homenagem…
À Duque de Guimarães, portanto ” Chapada dos Guimarães “, forte qual amor das mães essa Cidade!
Outra vertente historicial sobre o nome municipal, refere-se a cidade de Portugal, cidade tal do norte português…
Para diferenciar, em façanha, das terras da Espanha, deixou de ser “Chapada de Santana ” , e então se chama Guimarães, de vez!
Quem é bela como tu, debaixo deste céu azul, ó Cidade?
Ó centro geodésico d’América do Sul, ó terra dos babaçus e cajus, ó preciosidade!
Ah, tua gruta Lagoa Azul, cujas algas em traje taful, têm o mistério da “tinta” azul e dão coloridade!
Vistosas e encantosas rochas! Semelham Deus de costas…
Cachoeiras inteiras luzindo tochas nas encostas da perpetuidade!
Natureza com virtudes de tal altitude que tocam as nuvens e seus açudes com arte!
50 sítios arquelógicos e paleontológicos de brilhos lógicos que nos inundam!
480 cachoeiras em lóticos luzires ótimos, quão óticos que nos deslumbram!
Sessenta nascentes de águas resplandecentes de beleza onivalente, sem penumbras!
Cristalinas águas cá abastecem Cuiabá, jorram o saciar, nascentes do amar oriundas!
Dezenas diferentes e ricas de fauna e floras nativas, impertubáveis na paisagem bonita e profunda!
Ora, nascentes que cantam em ” dó”…
Formam a bacia do Rio Coxipó…
Descem brilhantes que só!
Nau que forma o Pantanal!
E sobre ti se agrega a linda Cidade de Pedra, formosuras em alturas que engedram a festa natural!
Chapada naturalmente abriga nascentes de rios polivalentes brasileiros…
Paraguai, Araguaia, Tocantins…
Tapajós, São Francisco, e afins… leitos celeiros!
Segundo maior bioma do País.
Área natural e feliz!
Terra dos coatis e buritis…E pequizeiros!
Antes de ser desmembrada, a bela Chapada foi considerada, contudo…
A maior cidade espaçada e extensionalizada do mundo!
Pertenciam, sem cortes, à Chapada e aos seus lotes, Alta Floresta, Colíder, Sinop juntos!
Também Nova Brasilândia e outras cidades de exuberâncias e fragâncias, chãos circundos!
No seio do Cerrado brasileiro…
No meio do encantado Éden faceiro…
Há liga vertical entre o Cosmos e teus viveiros fecundos…
O espetáculo que atua na lua tua, refletido em tuas ruas, luzires fortes quais gruas, adjuntos!1989, aos 12 de abril…
Cria-se a ouro-fio…
O Parque destaque do Brasil…
Esplêndido quais autênticos mil tabeliães!
Paraíso garrido orquideado!
Vestido do espírito do Cerrado!
Chapada dos Guimarães!
Clima sazonal, tropical, céu do Gavião-Real, Parque Nacional entre floral e borboletas!
Os sete princípios da naturidade…
Promovem a filosofia da divindade…
Chapada é a mais magnética cidade do planeta!
Cidade de idades garridas…
Jardim nacional das orquídeas…
A natureza vívida é sua maior riqueza!
( Suziene Cavalcante: Poetisa brasileira)