O senador Mauro Carvalho (UNIÃO) apresentou um projeto de lei que retira a obrigatoriedade de cobrança do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e da Contribuição Previdenciária sobre a remuneração recebida por empregados já aposentados. A ideia, de acordo com o PL, é incentivar a reintegração de idosos no mercado de trabalho. Além disso, oferecer benefícios para empresários e empregadores que realizarem essas contratações.

A coluna da jornalista Rosenn Kennedy, do jornal O Estado de São Paulo, diz que o governo do presidente Lula (PT) quer matar “no berço” o projeto do senador mato-grossense. De acordo com a publicação, “o governo teme que o PL atrapalhe a empregabilidade de jovens e que o presidente precise vetar o projeto, atraindo mais um desgaste para o Planalto”.

Dessa forma, a base atua em duas frentes: tenta convencer o autor a mudar o texto, enquanto atua para virar votos e derrotá-lo na Comissão de Assuntos do Senado (CAS), onde a proposta deve ser votada nesta quarta-feira.

“É uma situação muito difícil. Pode fazer com que novas vagas sejam ocupadas por quem já tem renda. O foco do governo é dar emprego para quem não tem renda. O ideal seria matar o projeto aqui [no Senado], para evitar que o presidente Lula precise vetar. Não queremos mais esse desgaste”, explicou um senador governista, que não quis se identificar.

Mauro Carvalho afirma que muitos idosos ainda possuem capacidade de trabalho, mas
acabam sendo forçados a deixar seus postos de trabalho, o quê além de ser um desperdício produtivo ao país, acaba levando muitos desses idosos a quadros de ansiedade e depressão.

“Agora, se chegar um currículo ali de uma pessoa de 65 anos, de 70 anos, existe uma rejeição, um preconceito muito grande com os idosos. E essas pessoas vão para casa numa atividade grande. De repente, em 24h, vão para as suas casas e aí começa todo o problema do convívio familiar, com a sua esposa, com a sua mulher, com seus filhos e netos; acabam tendo doenças grandes, fruto desse isolamento social, depressão, custo com medicamento”, diz o Senador.

“Então, eu coloquei esse projeto de lei para incluir essas pessoas de volta no mercado de
trabalho, porque são pessoas experientes, qualificadas”, completou.

(Olhar Direto)