Quem chega pela primeira vez na sede do Poder Executivo de Mato Grosso, o Palácio Paiaguás, fica impressionado com a beleza das imagens da obra do artista Humberto Espíndola. Essa grandiosidade que enche o olhar fixou sua marca na história da cultura e agora é livro. As mais de 300 páginas assinadas por nomes de peso das artes e intelectualidade mato-grossenses foram consideradas pelo artista o livro de sua vida.
Emocionado e emocionando a todos que estiveram no Plenário da Assembleia, Humberto discursou durante solenidade de homenagens e lançamento do livro promovida pelo deputado estadual Beto Dois a Um (PSB), na noite desta terça (18).
Humberto Espíndola afirmou que o livro não o dividiu entre MT e MS, mas o permitiu ver a integração entre esses dois estados, que até o ano de 1977 era um só. “Eu me sinto muito feliz por ser Mato Grosso que me proporcionou esse que é o livro da minha vida, uma obra que esperei muitos anos, décadas, até que o deputado Beto tomou esse projeto nas mãos e fico feliz de estar vivo para que não fosse uma homenagem póstuma, como costuma ocorrer aos artistas desse país. É um grande salto”.
Lembrou do trabalho ao lado de Aline Figueiredo que possibilitou “descentralizar” a arte no país ao atrair olhares antes voltados apenas à produção do eixo Rio-SP. Ambos são criadores do Museu de Arte e de Cultura Popular (MACP) da UFMT. “É uma recompensa por nossa trajetória”, concluiu.
A obra foi publicada pela editora Entrelinhas e traz textos e análises da crítica de arte, doutora em Estudos Latino-americanos e ex-diretora do Museu de Arte Contemporânea do Paraná, Mariza Bertoli.
Em sua fala, Aline Figueiredo “costurou” a história de Humberto com Cuiabá e homenageou não apenas o artista como a cidade, uma vez que um é criador e criatura do outro.
“Cuiabá é quente, por isso é boa, porque tem coragem de ser boa. Age com o coração, afinal, estamos no coração da América e tudo que temos que fazer é agir com coragem. Só agindo com o coração, como fez a Assembleia aqui, como fez o Beto, que de fato oportunizou que esse livro, essa história fosse contada a todos. A “bovinocultura” de Humberto falou alto, o mugido do boi quebrou o silêncio do ouro. O boi na plástica com suas instalações, inovações, foram longe, a Veneza, a SP e abriu as portas para tantos artistas, que nos orgulham”, afirmou.
O parlamentar não escondeu a emoção diante do público formado por membros da classe artísticas de diversas áreas desde a literatura, artes plásticas, audiovisual, entre outras. O livro, explicou, é uma obra que traz conhecimento sobre o universo do excepcional Humberto Espíndola. Um homem que tem uma grande relevância e uma atuação na divulgação da cultura regional
“É uma honra viver este dia de grande importância para a cultura mato-grossense e parar mim, como deputado, ganha contornos ainda maiores. Estudei sobre o Humberto na escola e hoje posso ter o privilégio de estar ao lado dele e de grandes artistas para construir mais um pedaço dessa escadaria que a cultura vem construindo. Todos os eventos que posso fazer na Assembleia, faço questão de trazer ao Plenário, pois a cultura merece ser a protagonista na construção da sociedade”, contou Beto.
O secretário-chefe da Casa Civil, Fabio Garcia, reforçou o apoio aos projetos culturais e afirmou que “diante de um mundo cada dia mais moderno e globalizado, o que diferencia os povos é a cultura e a arte. A sobrevivência de um povo está na manutenção da sua identidade, se não fora apoiando e preservando a atividade artística e cultural, não somos atrativos para que outros nos conheçam. Quero parabenizar o deputado e os artistas envolvidos nessa obra e destacar a relevância do Humberto Espíndola”.
A editora Maria Tereza Carracedo falou sobre a autora Marisa Bertoli “que lançou um olhar competente sobre a obra do artista a partir da tese de doutorado. Fico feliz que ela tenha, ainda em vida, aprovado e se surpreendido com a edição que realizamos”.
Também fizeram parte da mesa solene o maestro e pró-reitor da UFMT, Fabrício Carvalho, o secretário de Cultura Esporte e Lazer Jeferson Neves, o secretário-adjunto Jan Moura e o prefeito de Colíder, Hemerson Máximo, o Maninho.
Durante a solenidade foram entregues homenagens à equipe que participou do livro. Receberam moções de aplausos Aline Figueiredo (fotografias) , Anderson Ortiz (fotografias), Carlos Alberto Ozelame (suporte administrativo), Carlos Marques Medeiros (assessoria de edição), Humberto Espíndola (autor), Jacob Klintowitz (escritor), Maike Vanni (edição de imagens), Manoela Carracedo Ozelame (assistente de edição), Maria Tereza Carracedo (editora e designer), Marinaldo Custódio (revisão), Marisa Bertoli (autora in memorian), Murilo Espíndola de Oliveira Lima (colecionador), Protásio de Moraes (fotografias), Rafael Carracedo Ozelame (assistente de edição), Ricado Miguel Carracedo Ozelame (fotografia).