A presidente do Palmeiras, Leila Pereira, concedeu entrevista coletiva na tarde desta quarta-feira (11) e falou sobre as polêmicas do clube durante toda a temporada. A mais recente, mas que também mexeu mais com o clima no Verdão, aconteceu nos últimos dias. A eliminação do Alviverde para o Boca Juniors, pela Libertadores, desencadeou uma série de protestos da torcida palestrina.
Em coletiva, a mandatária disse que sofrer pressão é normal, mas os atos foram ”inadmissíveis”. Alguns adeptos picharam algumas lojas da Crefisa, patrocinadora do clube. Além disso, a empresária negou que vai encerrar a parceria da empresa com o Palmeiras e prometeu respeitar o contrato.
“É inadmissível. Pressão é normal, mas é inadmissível atos de vandalismo contra um parceiro que está há nove anos no Palmeiras só colaborando com o clube. Não é tocando tambor e jogando bomba que vou contratar jogadores. Esses atos de vandalismo contra uma patrocinadora que só colaborou com o Palmeiras. Na pandemia, enquanto a maioria dos patrocinadores cortou os patrocínios, a Crefisa e a Fam em nenhum momento suspenderam os pagamentos para o Palmeiras. O torcedor organizado torce pela entidade deles, porque se torcesse, não atacaria uma empresa que só está para colaborar”, disse Leila, que prosseguiu.
“Temos contrato e vamos honrar até o final. Vou ser candidata à reeleição no Palmeiras e se o associado tiver confiança no meu trabalho e eu for reeleita, terei o maior prazer de continuar patrocinando. Mas nós faremos uma BID, uma concorrência, porque se vier algum pagamento acima do valor que vou me propor a pagar, desde que seja uma empresa idônea”, completou a empresária.
Porque o Palmeiras contratou tão pouco no ano?
Outra polêmica que se instaurou no Verdão durante 2023, foi por conta das poucas contratações feitas na temporada. O Palmeiras decidiu apostar nos seus jogadores formados na base e trouxe apenas dois novos atletas: Richard Ríos e Artur. Leila disse que o clube teve que obter uma responsabilidade financeira maior, mas admitiu que os atletas sondados pelo Alviverde, não quiseram vir jogar no Brasil.
“Em 2023, tivemos um pouco mais de cuidado, por responsabilidade financeira. Eu não vou sobrecarregar o Palmeiras financeiramente para dar satisfação a jornalistas, com todo respeito que tenho a vocês, alguns torcedores. Quem paga essa contratação é o clube e eu não posso sobrecarregar o clube acima do que é possível pagar. Eu penso o Palmeira a longo prazo. Quero que o Palmeiras continue sendo protagonista sempre”, falou a mandatária, que seguiu.
“Nós temos dificuldades de trazer atletas para o Brasil, os atletas não querem vir, e os meus atletas querem sair do Brasil. Não vou contratar atleta aposentado em atividade. Se não é aquele atleta que vá suprir as necessidades do nosso treinador, eu prefiro não trazer, prefiro dar espaço à nossa base, que é a melhor do Brasil, prefiro priorizar as renovações. Tivemos propostas para que vários atletas saíssem e consegui que eles ficassem. Como? Melhorando as condições financeiras desses atletas. Minha prioridade sempre é manter os nossos atletas, que estão trabalhando há bastante tempo conosco, têm ligação com o Palmeiras”, finalizou Leila Pereira.
Leila diz não ser dona do Palmeiras
Por fim, a mandatária rebateu as críticas onde a torcida dizia que ela se sentia “dona do Palmeiras”. A empresária defendeu sua gestão, disse que o clube é do torcedor e disse que a grande emoção do Alviverde em anos anteriores, era saber se ia ser rebaixado ou não.
“O pessoal costuma dizer que me acho dona do Palmeiras. No dia que acabar meu mandato, eu pego minha bolsa e saio daqui. O Palmeiras não é de ninguém, é de nossos milhões de torcedores. A grande diferença é que só estou para ajudar o Palmeiras, não esses torcedores organizados, que é muito importante separar, quando reclamo é dos organizados”, falou Leila, que continuou.
“A grande emoção (em anos anteriores ao patrocínio da Crefisa no Palmeiras) era quando não caía. Hoje as pessoas ficam estressadas porque de quatro Libertadores, ganhamos duas e em duas saímos na semifinal. Isso é ridículo”, concluiu a mandatária. (GE)