Depois da conquista da Copa do Brasil e da vaga assegurada na fase de grupos na próxima Conmebol Libertadores, o São Paulo tem a possibilidade de começar a programar o ano de 2024 com antecedência. As conversas tiveram início no último fim de semana.

Em entrevista exclusiva ao ge, o diretor de futebol Carlos Belmonte detalhou alguns planos que o clube tem para a próxima temporada. Neste primeiro momento, possíveis chegadas e saídas já são debatidas.

– A gente começou as reuniões de planejamento no último sábado, lá no Rio de Janeiro com toda a comissão técnica. Hoje (terça) já fizemos aqui uma reunião com os scouts analisando os nomes que a gente possa eventualmente levar à comissão técnica a possibilidade de trazermos ou não, alguns jogadores, e discutindo eventuais saídas que possam ocorrer também. É um planejamento que obviamente não se termina em uma semana, ele acaba se estendendo, até porque a janela está fechada – afirmou o dirigente.

Uma das posições que o São Paulo deve reforçar para a próxima temporada é a de centroavante. Embora tenha Calleri em alta, o clube vê a necessidade de contar com um reserva que possa fazer sombra ao jogador.

Em 2023, esse jogador deveria ter sido Erison, mas ele sofreu com uma série de lesões e não conseguiu se firmar. A reta final de Brasileirão pode ser fundamental para a permanência ou não do jogador, emprestado pelo Botafogo. Sem ele, o garoto Juan se tornou a primeira opção.

– O que a gente já sabe que precisa, por exemplo, é de centroavante. Nós temos o Calleri e temos o Erison, que passou muito tempo da temporada machucado. Agora ele está voltando, deve jogar diversas partidas até o final da temporada. Aí vamos avaliar se ele fica, se dá para buscar o novo empréstimo. Se não der, vamos ter que buscar outro centroavante – analisou Belmonte.

O dirigente ainda explicou como pretende segurar os garotos revelados na base que estão em alta, como Pablo Maia, Beraldo, Rodrigo Nestor e Welington, e ainda comentou a situação de David, emprestado pelo Internacional até o final do ano.

Veja abaixo outros trechos da entrevista:

 

Essas reuniões de planejamento estão no início, mas já existem definições?
– Isso ainda é um pouco prematuro, mas nós já temos algumas situações. O Dorival tem falado em diminuir um pouco o tamanho do nosso elenco, mas também não adianta a gente diminuir muito, porque com tantas competições que você acaba disputando, e o ano que vem vai ser ainda mais apertado por causa da Copa América, a gente tem que ter um elenco razoável que dê conta de jogar todas as competições.

– Estamos absolutamente satisfeitos com os zagueiros que nós temos hoje. Os cinco zagueiros que aqui estão, o Arboleda, o Beraldo, que são os titulares nessa temporada, mais o Diego, Alan Franco e o Ferraresi, estamos muito tranquilos do ponto de vista de zagueiro, mas eventualmente pode vir uma proposta, aí nós vamos ter que buscar um novo zagueiro.

Então, quais posições vocês vão atacar?
– O que a gente já sabe que precisa, por exemplo, é de centroavante. Nós temos o Calleri e temos o Erison, que passou muito tempo da temporada machucado. Agora ele está voltando, deve jogar diversas partidas até o final da temporada. Aí vamos avaliar se ele fica, se dá para buscar o novo empréstimo. Se não der, vamos ter que buscar outro centroavante.

Calleri na chegada ao Morumbi para São Paulo x Corinthians — Foto: São Paulo FC

Calleri na chegada ao Morumbi para São Paulo x Corinthians — Foto: São Paulo FC

– (Não é porque) temos a Libertadores (que vamos) contratar mais três ou quatro jogadores renomados. O que a gente pensa é em continuar com o nosso processo, trazendo jogadores que têm muito desejo de jogar no São Paulo. Eventualmente, diante de oportunidades de mercado, (podemos) trazer um jogador que já tem um pouco mais de nome.

A Copa do Brasil valorizou meninos como Pablo Maia, Nestor, Beraldo e Welington. Como está o planejamento do São Paulo com relação a vendas de atletas?
– O que mudou é que agora a gente só vende os jogadores pelo valor que acharmos justo. Muitas vezes nós tivemos que fazer não pelo valor que a gente achava correto e justo, mas pelo valor necessário para instituição. O Gabriel Sara foi (vendido) por um bom dinheiro para a Inglaterra, 9 milhões de libras, podendo chegar a 11, mas a gente sabia que o Sara valeria muito mais. Eu não sei nem se na janela de janeiro essas propostas já vão chegar, porque ela é uma menor. Nós vamos analisar caso a caso, mas com uma diferença dos anos anteriores, agora a gente consegue segurar melhor o atleta e consegue um valor melhor.

Essa equação tem que levar em consideração também o desejo dos jogadores. Esses atletas podem ficar para jogar a Libertadores?
– São meninos com a cabeça muito boa e que sabem que o momento vai chegar. Eles querem jogar uma Libertadores pelo São Paulo. Sempre vamos conversar com o empresário e com o atleta. Acabamos renovar com o Beraldo. Renovamos há pouco tanto com o Nestor quanto com o Pablo, todos têm contrato (pelo menos) até 2027. Vamos negociar com cada um deles se a proposta for boa para todo mundo, mas eu não nunca sofri pressão desses meninos, muito pelo contrário.

Com a provável reeleição do presidente Julio Casares para um próximo mandato, a estrutura de comando no futebol terá mudanças?
– Eu tenho que relatar vocês aqui que o presidente Julio, muito antes da conquista da Copa do Brasil, nos disse lá atrás que se ele ganhasse a eleição ao final do ano, ele gostaria que departamento de futebol continuasse da mesma forma. O presidente eleito tem o direito de fazer o que ele quiser, a prerrogativa é dele, mas ele já conversou com a gente, e vamos continuar no futebol tentando manter o planejamento pelos próximos três anos.

Nesses três anos, o São Paulo chegou a quatro finais, ganhou dois títulos, mas não conseguiu disputar o título do Brasileiro. O que falta para esse próximo passo?
– Você planeja a formatação de um elenco, ela tem restrições financeiras. Então você tem que fazer determinadas apostas que eventualmente dão certo, eventualmente não dão certo, mas dentro um horizonte financeiro. Desde o começo observamos que em razão disso, e estamos falando de plantéis de alguns outros times serem mais recheados do que o plantel do São Paulo, a gente teria que fazer apostas em copas. O que estamos pensando para a próxima temporada é rechear um pouco mais o elenco para que a gente continue com as nossas apostas, que são as copas, mas que tenhamos mais fôlego no Brasileiro.

– Pouco a pouco a gente vai chegar no patamar que chegaram Flamengo e Palmeiras, de conseguir disputar todas as competições com possibilidades de vencer. Eu acho que na próxima temporada a gente vai dar mais um passo para daqui a pouco, talvez em 2025, disputarmos tanto as copas quanto o Brasileiro.

Como está a negociação pela permanência do David?
– Assim como o Erison, ele teve alguns problemas de contusão ao longo da temporada e ele acabou não tendo grandes sequências. Queremos ver um pouco mais até o final da temporada para decidir se vai fazer a aquisição, se vamos tentar novo empréstimo. O que eu posso dizer tanto do David quanto do Erison é que são excelentes profissionais, comprometidos.

Sobre o Rafinha, alguma novidade?
– Rafinha tomou a decisão de jogar mais uma temporada, em dúvida se seis meses ou um ano, a gente tem conversado com ele para renovar por mais uma temporada. Eu acredito que em breve, talvez a próxima semana, a gente consiga ter uma novidade positiva e renovar com o Rafinha, que é o nosso desejo. Ele é o principal líder, junto com o Calleri, nos ajuda muito aqui no dia a dia na condução do elenco. (GE)