JOSÉ ALEXANDRE JUNIOR
Cuiabá é conhecida como a capital mais quente do Brasil, com os termômetros frequentemente atingindo recordes mundiais, com temperaturas que chegam a quase 42 graus nos últimos dias.
No entanto, esse calor excessivo tem representado um desafio significativo para pessoas que sofrem de doenças autoimunes com manifestações neurológicas, as quais podem se agravar devido às altas temperaturas. Um exemplo notável é a esclerose múltipla (EM).
A esclerose múltipla é um distúrbio crônico e autoimune do sistema nervoso central, no qual o próprio sistema imunológico ataca a bainha de mielina que envolve os neurônios. Isso pode levar a uma série de sintomas neurológicos, como fraqueza, fadiga e problemas visuais.
Essa piora não está necessariamente relacionada à progressão da doença em si, mas sim ao impacto do calor extremo.
Se você possui uma doença autoimune com manifestações neurológicas e experimenta uma piora na fraqueza, cansaço, fadiga ou na função visual, isso pode não ser uma progressão da doença em si. Mesmo as manifestações graves podem ser agravadas de forma assintomática devido às altas temperaturas, como documentado na literatura médica.
É importante notar que outras doenças autoimunes, como a Miastenia gravis e a Neuromielite óptica, também podem ser sensíveis às variações de temperatura, o que ressalta a importância de uma compreensão abrangente dessas condições e dos fatores que podem influenciá-las.
Esta é uma questão de saúde importante para os residentes de Cuiabá e regiões com climas semelhantes, e medidas preventivas e de cuidados médicos adequados são essenciais para garantir a qualidade de vida das pessoas afetadas por essas doenças autoimunes.
Para mais informações sobre o impacto do calor e das doenças autoimunes neurológicas, assista ao vídeo com mais detalhes.
José Alexandre Junior é médico neurologista.
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