O técnico Fernando Diniz admitiu que a seleção brasileira cometeu muitos erros diante do Peru, nessa terça-feira, mas lembrou que houve dois gols anulados por impedimento e disse que a vitória por 1 a 0, fora de casa, foi merecida.

Em entrevista coletiva após a partida, Diniz afirmou que parte das dificuldades da Seleção foi ocasionada pelas condições do gramado do Estádio Nacional do Peru.

– Eu fico satisfeito com o que apresentamos na soma dos dois jogos. No jogo de hoje, era uma atmosfera diferente de Belém, no Pará. A equipe teve que fazer três gols para valer um. Teve aquela margem mínima que demorou 8 minutos para não validar o gol. Não tivemos tanta fluência, estranhamos um pouco o gramado. O que facilitou a marcação, e tivemos mais erros na parte técnica do que o normal. Muito pelo o campo, em algumas tentando jogar de foram acelerada, mas acho que o saldo foi muito positivo – analisou.

– Foi um time que mereceu ganhar. Em que pesem os erros de passe, tivemos muita imposição desde o início da partida.

O gol do Brasil foi marcado aos 44 do segundo tempo por Marquinhos. Na primeira etapa, Raphinha e Richarlison também anotaram, mas os gols foram

Para o treinador, o tempo fará com que os conceitos dele sejam mais assimilados pelos atletas.

– Os jogadores vão entender, não precisa de muita gente para fazer superioridade, é uma questão de ocupar bem os espaços, circular bem a bola. A gente tentou acelerar demais, não teve paciência pra ir desmanchando a marcação ao poucos. Isso dificultou o nosso jogo também. Também teve o gramado, que não é o que os jogadores estão acostumados. Muito diferente da Europa e de Belém também – pontuou.

A seleção brasileira voltará a campo em 12 de outubro, quando enfrentará a Venezuela, em Cuiabá. Depois, viajará para Montevidéu para encarar o Uruguai.

100% nas Eliminatórias

– É sempre importante vencer. Eu acho que vencemos com muitos méritos. Na Bolívia, tivemos um descuido depois do quarto gol, contra o Peru eles não chutaram nenhuma no gol. Mostra que a gente estava muito atento para se ajudar na marcação. Gostei muito.

Faltou trocar mais passes?

– Não sei se circulamos mais a bola no segundo tempo, acho que estávamos acelerando muito. Boa parte dos passes que erramos foi tentando verticalizar demais o jogo, que é um pouco a característica do time. É algo que eu não quero tirar, de maneira alguma, mas quero potencializar isso. Para ter mais sucesso, precisa segurar um pouco mais, ter uma paciência agressiva. Os jogadores são hábeis e inteligentes.

Arbitragem

– Não queria falar de arbitragem, mas já que você falou, não vou fugir da questão. É uma coisa recorrente no Brasil: o que mais me irrita é ficar picotando o jogo e o juiz ser conivente com isso. É ruim pra todo mundo. Pra quem assiste, pra quem quer jogar, pra quem paga o ingresso… É difícil ver árbitros falarem “levanta, vamos jogar”. Quando ele parou o jogo hoje, naquele momento, no primeiro tempo, era nosso melhor momento no jogo. Estávamos criando situações em série, o jogo deu uma esfriada. Em termos de conceito, que parece que a Fifa e a Uefa querem, um lance que é tão duvidoso, ele deve ser pró-ataque. Quando decidiram que o gol seria anulado, a atmosfera mudou totalmente: a torcida do Peru, que estava em baixa com a nossa imposição, voltou completamente pro jogo, e o jogo facilitou pro Peru. A arbitragem teve uma interferência no jogo que eu gostaria que não tivesse, principalmente sobre o tempo.

Neymar caçado

– Eu acho que com o tempo podemos ir adequando, sabendo com o Neymar uma estratégia para evitar um número excessivo de faltas. Isso também depende dos critérios da arbitragem. Por mais que a gente faça, isso depende. Concordo que ele recebe muita falta. Hoje ele não caiu nenhuma vez que não foi falta. Todas que ele caiu foram faltas. Ele caiu, levantou rápido pra jogar.

Gol em escanteio

– Treinamos bola aérea, tanto em Belém como aqui. Bola aérea define jogo. Hoje definiu. Tivemos dois gols anulados e fizemos pela persistência. Uma bola bem batida e uma antecipação no primeiro pau.

Conciliar Seleção e clube

– Eu já falei dessa questão e estou super tranquilo em relação a isso. Quando estou na Seleção, não trato com o Fluminense, quando estou no Fluminense, não trato com a Seleção. Às vezes, no Fluminense tem uns dias mais distantes dos jogos, que a gente vai na CBF, conversa com o estafe da Seleção… para mim não vai ter nenhum problema. Vai ser trabalhoso, mas é um trabalho que eu amo fazer. (GE)