O Ministério Público de Mato Grosso, por meio da promotora de Justiça substituta, Daniela Moreira Augusto, ingressou com um recurso contra a decisão que condenou a 14 anos de prisão o bolsonarista Rafael Silva de Oliveira, que matou a facadas o petista Benedito Cardoso dos Santos, no fim do ano passado na zona rural de Confresa (1.116 km de Cuiabá), após uma discussão política entre os dois. Ao informação foi confirmada ao HNT por meio de assessoria, na manhã desta quarta-feira (6).

Conforme o órgão ministerial, a promotora interpôs o recurso no último dia 29, cinco dias após a pena imposta ao réu pelo juiz Daniel de Sousa Campos, da 3ª Vara de Porto Alegre do Norte. Apesar disso, ainda não apresentou as razões.

De acordo com a promotora, as três qualificadoras apresentadas na denúncia do MP foram acolhidas pelos jurados. O entendimento no Tribunal do Júri foi de que o crime ocorreu por motivo fútil, meio cruel e com a utilização de recurso que dificultou a defesa da vítima.

Segundo a denúncia, no dia do crime, réu e vítima estavam em um sítio. Na ocasião, Rafael Silva de Oliveira começou a defender o ex-presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), e a vítima falava sobre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Após a divergência de opinião os dois começaram a discutir.

Nesse momento, Rafael conseguiu pegar uma faca e, após perseguir a vítima na propriedade, a atingiu pelas costas. “Aproveitando-se que ela se encontrava ferida e caída no solo, sem que pudesse oferecer resistência, foi golpeada várias outras vezes com a faca. Ao constatar que ela (a vítima) ainda estava viva, Rafael de Oliveira desferiu-lhe mais um golpe fazendo uso de outra arma branca (machado), revelando uma brutalidade fora do comum e em contraste com o mais elementar sentimento de piedade”.

Ao ser preso Rafael confessou o crime. Durante o julgamento no Tribunal do Júri, o réu manteve a confissão e voltou a dizer que não se arrependeu.

O CASO

O crime aconteceu em setembro de 2022, em meio à campanha eleitoral. Na ocasião, após uma discussão política, Rafael, que era apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), matou o petista a facadas e com um golpe de machado em uma chácara chamada ‘Sítio Cabeceira’, no interior no Estado.

(HNT)