Financiadores dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro são alvos da ‘Operação Parada Obrigatória’ da Polícia Federal. Foram cumpridos 8 mandados de busca e apreensão em Pontes e Lacerda, a 483 km de Cuiabá. Segundo a PF, a ação tem o objetivo aprofundar as investigações e a coleta de provas referentes aos financiadores dos movimentos que bloquearam as rodovias federais após as eleições presidenciais de 2022.
Após as eleições, houve bloqueio na BR-174 por manifestantes que, segundo as apurações, teriam agredido e ameaçado motoristas que tentavam furar os pontos de bloqueio, além da reiterada desobediência a policiais que buscavam liberar o trânsito.
Os líderes, financiadores e demais participantes do movimento podem responder por crimes de constrangimento ilegal, lesão corporal, incitação ao crime, associação criminosa, abolição violenta do estado democrático, dentre outros. Essas penas, somadas, passam de 13 anos de prisão.
Os materiais apreendidos serão submetidos à análise e perícia, para prosseguimento das investigações com o objetivo de identificar e apontar elementos de responsabilização de todos os envolvidos nas ações criminosas.
Relembre o caso
Em Mato Grosso, os bloqueios começaram na BR-163, no km 816, em Sinop, a 503 km de Cuiabá, e no km 689, em Lucas do Rio Verde, a 360 km da capital, na tarde do dia 8 de janeiro. Depois, as ações se espalharam por outras rodovias do estado, como a BR-174.
Os golpistas atearam fogo em pneus para impedir que veículos passassem, conforme vídeos que circularam pelas redes sociais. Os manifestantes eram contrários ao resultado das eleições de 2022.
Mato Grosso já havia registrado bloqueios em rodovias federais desde novembro no ano passado. Mais de 30 pontos foram fechados pelos manifestantes. Durante os atos, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) apreendeu explosivos, identificou tentativas de derrubas pontes e registrou o ataque a uma base da concessionária.
Um relatório da Polícia Civil do Distrito Federal enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) apontou ainda que dos 116 caminhões que participaram de atos antidemocráticos em novembro em Brasília, principalmente nas proximidades do Quartel General do Exército Brasileiro, 50 veículos eram de Mato Grosso.
Os caminhões estão registrados no CNPJ de empresas que figuram entre as 43 pessoas jurídicas e físicas que tiveram as contas bloqueadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, por suspeita de financiar e organizar as manifestações em Brasília e no estado.
Das 28 empresas mato-grossenses listadas, 14 tiveram o bloqueio financeiro determinado. Entre elas, cinco fizeram doações à campanhada para reeleição de Jair Bolsonaro (PL).