O Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) entrou com recurso contra a sentença que condenou Antônio Aluízio da Conceição Maciano pelo feminicídio de Emily Bispo da Cruz a 20 anos de reclusão. No documento, assinado pelo promotor de Justiça Vinícius Gahyva e apresentado nesta quarta-feira (16), o órgão pede que a pena aplicada ao frentista seja em até 50%, podendo atingir os 30 anos de reclusão.

O crime aconteceu na manhã de 16 de março deste ano, no bairro Pedra 90, em Cuiabá, enquanto a vítima levava seu filho, de 3 anos à época, à creche. O crime foi cometido na frente da criança. No decorrer do julgamento, ocorrido no último dia 10, o promotor disse por diversas que a decisão de pronúncia foi dada de forma equivocada ao descartar a agravante de o homicídio ter sido praticado na frente do filho de Emily.

Os familiares da vítima não se conformaram com o veredito. “Não foi feita a justiça, minha reação é de revolta. Aqui, se você mata alguém, não recebe a punição necessária, estamos todos muito tristes. Estávamos confiantes de que ele iria pegar mais um pouco, a sensação é de raiva e ódio, tudo misturado”, disse, emocionada, a tia de Emily, Alessandra Barroso da Cruz.

RELEMBRE O CASO

Emily foi morta por diversas facadas desferidas por Antônio, com quem teve um relacionamento casual e abusivo, o que foi descoberto no decorrer das investigações. Ela, inclusive, já tinha sido agredida em outras ocasiões pelo companheiro e tinha planos de se mudar para o Paraná para se livrar das violências praticadas por ele.

Durante seu depoimento, o acusado confessou que matou a companheira por ciúmes e por ela ter recusado seu pedido de casamento. À época, o réu disse que pretendia se casar com a vítima e que se incomodava com os amigos e companheiros anteriores da jovem.

A vítima morreu em uma unidade de saúde do bairro, por choque hipovolêmico hemorrágico. O acusado fugiu depois do crime e só se entregou à polícia após contratar advogados.

O caso gerou grande comoção na Capital. Pouco mais de uma semana depois do crime, centenas de pessoas se reuniram na principal rua do bairro Pedra 90 para pedir justiça pelo ocorrido, além de proteção e segurança para as mulheres.

(HNT)