Há dias que o noticiário choca ainda mais que o habitual. Principalmente quando nos atinge com a violência do ser humano contra o seu semelhante. É o que senti, logo pela manhã desta segunda-feira seca, ao ver uma menina levar um tapa, covarde e inexplicável, enquanto brincava num local onde deveria estar protegida. Vendo as imagens nota-se uma inversão de papéis perversa, pois quem deveria se responsabilizar pela integridade das crianças (o adulto) é, ao contrário, quem agride no rosto e, por isso, deve ser responsabilizado.

Há crimes, portanto, que gravitam nessa esfera pessoal do ser humano que pensa e age, aqueles espaços profundos e sombrios de onde surgem atos movidos pelo rompante e no calor da hora, mesmo aqueles atos de longa maturação e crueldade, onde a prevenção por parte do aparato de segurança pública é sobremaneira dificultado.

Outro crime a nos chocar, este ainda mais absurdo, foi o perpetrado contra a Dra. Cristiane Tirloni, veiculado em várias matérias por nossa imprensa com detalhes crescentes de atrocidade ao longo do dia. Neste caso reflito primeiro o aspecto correcional da PMMT que retirou com justiça de suas fileiras quem, de forma hedionda e com uso de sofrimento extremo pôs fim à vida de uma mulher. Criminosos desse perfil, se expostos a uma legislação penal realmente efetiva, estariam confinados numa cela por décadas, em regra, trabalhando.

Sentimos essas dores e constatamos tais absurdos como quem sente o luto dos familiares da Dra Cristiane ou dos pais da menina agredida, sentimos também como cidadão e sociedade que fica estarrecida com os abismos da maldade humana bem perto de nós. Apesar do dia difícil seguimos em frente com o ímpeto de quem precisa urgentemente contribuir com o que pode fazer pelo seu próximo, mas no outro extremo: com amor, bondade e na luta pela defesa da vida. O que pode fazer o ser humano? SERVIR E PROTEGER.

*ALEXANDRE  CORRÊA MENDES  é Coronel PM e Comandante-Geral da Polícia Miilitar de Maot Grosso PMMT