A juíza da 7° Vara Criminal de Cuiabá, Ana Cristina Mendes, reconheceu a prescrição da pretensão punitiva de João Arcanjo Ribeiro, conhecido também como comendador e ex-bicheiro. Arcanjo era um dos réus na Operação Noé, que investigava um suposto desvio de R$ 1,9 milhão da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT).
De acordo com o Ministério Público do Estado (MPE), cerca de 36 cheques da ALMT foram repassados para uma empresa fantasma chamada ED Maluco Reparos e Serviços LTDA, totalizando no valor de R$ 1,9 milhão.
Como Arcanjo já possui mais de 70 anos de idade, é imposto a redução do prazo prescricional pela metade. Atualmente, ele está com 72 anos.
“O acusado João Arcanjo Ribeiro conta com mais de 70 anos de idade e, em nosso ordenamento Jurídico, o prazo prescricional é reduzido pela metade, conforme dispõe o artigo 115 do Código Penal, passando a ocorrer em 8 anos para o delito de peculato e 10 anos para o delito de lavagem de dinheiro”, apontou a juíza.
Quem é João Arcanjomilhão da ALMT
João Arcanjo Ribeiro foi apontado como líder do crime organizado em Mato Grosso e bicheiro, nas décadas de 80 e 90.
No ano de 2002, Arcanjo foi alvo da operação da Polícia Federal, Arca de Noé, em que teve o mandado de prisão preventiva expedido por estar envolvido com sonegação de impostos, contraversão penal, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e pelo assassinato do jornalista Sávio Brandão, que, segundo as investigações, foi motivado por publicações que denunciavam o jogo do bicho.
A prisão do ex-bicheiro foi cumprida em abril de 2003 no Uruguai. Arcanjo conseguiu a progressão de pena do regime fechado para o semiaberto em fevereiro de 2018, após 15 anos preso.
(G1MT)