O governador Mauro Mendes (União) afirmou que um governo de esquerda, como o do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que defende o meio ambiente, deveria ser a favorável a Ferrogrão.

O projeto ferroviário liga Mato Grosso ao Pará, tem investimentos estimados em R$ 21,5 bilhões e 933 quilômetros de extensão, mas está travado por conta de uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) desde 2021.

Mendes apontou que, apesar do Governo Lula não ser favorável ao projeto da ferrovia, o modal é ambientalmente correto.

“O Governo mais a esquerda tem a pegada ambiental um pouco diferente. Essa questão da Ferrogrão é fundamental. Transporte por caminhão custa mais caro, emite mais carbono, e prejudica o meio ambiente”, disse ele em entrevista ao Jornal da Gazeta, de São Paulo.

“Então, se queremos defender o Meio Ambiente temos que defender as ferrovias. E a Ferrogrão é uma importante ferrovia para ajudar a escoar para os portos do Brasil tudo que vendemos ao mundo inteiro”, emendou.

A declaração foi dada quando Mendes foi questionado sobre a relação do União Brasil, partido em que é presidente regional, e a gestão petista.

Mendes relembrou que não apoiou Lula na eleição do ano passado, mas que hoje adota uma postura de aliado.

“Todos nós temos que torcer para que o Lula dê certo, para que o Governo vá bem. Porque torcer contra alguém que está no poder é torcer contra si e contra o País”, disse.

Imbróglio da Ferrogrão

Uma Ação de inconstitucionalidade (ADI) tramita no STF e questiona a alteração dos limites da Floresta Nacional do Jamanxim, no Pará, para a passagem dos trilhos. Por conta disso, os estudos para obra estavam parados desde 2021.

Em decisão recente, o ministro Alexandre de Moraes, autorizou a retomada dos estudos e processos administrativos que podem viabilizar a Ferrogrão.

Na ação, a AGU (Advocacia Geral da União) do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) chegou a se manifestar contrária a ADI, mas o entendimento da AGU foi modificado quando Lula assumiu como presidente. O órgão entende que falta estudos para que haja a modificação do limite do parque.

Agora, a ADI está no Centro de Soluções Alternativas de Litígios do STF, e no início de agosto, conforme determinação de Moraes, as partes do processo deverão dar sugestões para solucionar o caso.

(MidiaNews)