O senador Jayme Campos (União Brasil), criticou a falta de profundidade nos debates recentes que aconteceram no Congresso Nacional, em especial, sobre o texto da reforma tributária já aprovada na Câmara dos Deputados e que agora será apreciada no Senado. A possibilidade de uma mudança na tributação era um assunto “lendário” na política brasileira e foi votado “rapidamente” sob polêmica e críticas de vários governadores.
Com vasta experiência política, Jayme, que foi prefeito de Várzea Grande em três ocasiões diferentes e também governador de Mato Grosso, atribuiu o esvaziamento de pautas a deputados federais que foram eleitos por redes sociais, como o Tik Tok e Instagram.
Segundo ele, a maioria desses congressistas não tem ideia de como funciona a vida política e estão mais preocupados em gravarem discursos bonitos para publicar exclusivamente na internet, em busca de conquistar o público mais jovem. Embora o senador não tenha citado nomes, o recado se encaixa ao deputado federal Abílio Brunini (PL), conhecido por colecionar polêmicas, fazer lives uma série de denúncias sem provas, além de bate-boca protagonizados por ele em suas redes sociais, com vereadores, prefeitos e até outros colegas do Congresso Nacional.
“Pela experiência que vivi nos primeiros oito anos de senador, não tenho dúvida alguma de que os debates eram muito mais aprofundados, haviam pessoas com larga experiência e com isso permitia que a Casa tivesse debate. Pela inexperiência de muitos que estão ali, confesso que isso fragilizou os bons debates do Senado e de uma maneira geral até no próprio Congresso Nacional. Em relação à Reforma Tributária, houve realmente uma piora pela falta de experiência em muitas questões e não se aproveitou muito da capacidade das pessoas, que chegaram lá e talvez não tivessem muito a ver
com a política, aqueles que foram eleitos por rede social, Tik Tok da vida, que vão falar por cinco minutos já mandam o assessor gravar as frases de efeito e publicar nas redes sociais”, criticou Jayme Campos, em entrevista à Rádio Conti, nesta quarta-feira (19).
Contudo, o senador acredita que a tendência é que os parlamentares eleitos com a força da internet diminuía nos próximos anos. “Espero que daqui para frente possamos ampliar e melhorar os debates das defesas e interesses dos nos projetos que aquela Casa [Senado] tem a obrigação de aprovar. Acredito que nas próximas eleições não vai prevalecer tanto. Muita gente que foi nessa onda, que lamentavelmente, se elegeram através das mídias sociais, aplicando 171, fake news. Com certeza a máscara vai cair, têm alguns que nem sabem o que estão fazendo, ficam molecando, debochando. Achando que aquilo é para passear e ganhar R$ 25 mil de salário, ter passagem para ir e voltar do estado e fazer cabide de emprego. Acho que não vai prevalecer até porque isso é
muito ruim para o pais”, disparou Jayme Campos.
Ainda sobre a reforma tributária, o senador detonou a atitude dos colegas que votaram a favor à após o presidente Lula (PT) liberar R$ 5,3 bilhões em emendas parlamentares. “Os parlamentares precisam ter o mínimo de independência, que não vendem a alma, o espirito. O Brasil merece político ue tem musculatura, que se posiciona de forma clara e nítida. Eu voto no que é bom para o Brasil, aquilo que não é bom, não vou votar. Não vou me vender a troco de ‘carguinho’ e ‘emendinha’. Não vim para brincar de senador, vim para defender os interesses do povo brasileiro, sobretudo do povo de Mato
Grosso”, alertou Jayme.
Ele também defende que haja um “freio de arrumação” no país para “organizar” a desordem. “Temos que fazer um freio de arrumação no Brasil urgentemente, caso contrário, vira um País de esculhambação. O País melhorou bem com o freio de arrumação que está tendo no Supremo Tribunal Federal (STF), mas
tem muita gente que critica”, sugeriu.
(Folha Max)