No inquérito policial ao qual o HNT teve acesso, consta que o suspeito Nivaldo Domingos, de 36 anos, recebeu como recompensa 20 “trouxinhas” de maconha para matar a jovem Yasmin Wanderleia Mirando, de 18 anos. Ela foi assassinada com pauladas na cabeça, no Morro da Luz, centro de Cuiabá, em 2022, sob ordem de traficantes por estar vendo drogas no local sem permissão.
A informação foi obtida pela polícia através de um usuário de drogas do local, que informou que o “Dentinho”, como o suspeito era conhecido, recebeu os entorpecentes de membros de uma facção criminosa que estavam irritados com vítima, por estar vendendo os entorpecentes em território pertencente aos membros da facção.
Uma outra testemunha ainda contou que Dentinho assumiu a autoria do crime dizendo que não tinha o que fazer, já que a ‘lei do Morro da Luz’ impõe que é proibido vender drogas de outras regiões no local e ela, ao fazer isso, assinou sua sentença de morte “on-line”. Por fim, ele teria dito ainda que agiu sozinho.
O documento ainda narrou que o suspeito contou, em depoimento, uma história em que um homem conhecido como “Paraguaio”, com quem a vítima teria tido um relacionamento sexual um dia anterior, teria cometido o assassinato. Porém, as investigações provaram que a narrativa era mentirosa, já que diversos relatos o colocavam na cena do crime. Além disso, os usuários da região nunca teriam ouvid falar de um homem com as características que ele descreveu.
O inquérito finalizou indiciando o suspeito pelos crimes de homicídio qualificado por motivo torpe, recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa da vítima.
Nivaldo Domingos foi preso por tráfico de drogas há algumas semanas e, ao consultar seu nome no sistema policial, foi identificado o mandado em aberto pelo assassinato de Yasmim. Atualmente, ele segue encarcerado na Penitenciaria Central do Estado. (HNT)