A execução do agente socio educativo Alexandre Miyagawa de Barros, 41, o Japão, completa um ano neste sábado (1º). Os três tiros que ceifaram sua vida foram disparados pelo vereador e tenente-coronel aposentado da Polícia Militar, Marcos Ticianel Paccola, 39, que responde a denúncia de homicídio em liberdade. O caso, que tramita sob titularidade do juiz Wladimir Perri, na 12ª Vara Criminal de Cuiabá, teve seu último andamento no dia 20 de abril e está prestes a entrar nos memoriais finais da acusação e defesa, fase que antecede o julgamento do magistrado para decidir se o ex-vereador será ou não submetido a júri popular.
No dia 20 de abril, último andamento do caso no sistema judiciário, o juiz publicou a decisão em que autorizou a devolução dos celulares de Paccola e que manteve suspensa sua posse de arma, deliberada em audiência ocorrida em março. Na mesma audiência, o ex-vereador.
pediu a reprodução simulada dos fatos – requerimento que ainda aguarda resolução de Perri. Vinte e sete dias após o fato, em 28 de julho de 2022, o Ministério Público, com base na investigação da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), ofereceu denúncia. A acusação apontou que o crime foi praticado por motivo torpe, mediante disparos de arma de fogo, com recurso que impossibilitou a defesa da vítima.
Os tiros que tiraram a vida de Japa, disparados pelo ex-vereador com mais de vinte anos na Polícia Militar, resultaram na perda de seu mandato na Câmara Municipal de Cuiabá e no seu porte de arma suspenso. Pelas costas Consta do processo que, no dia 1º de julho de 2022, por volta das 19h40min, na via pública, precisamente em frente ao imóvel de número 132 da Rua Presidente Arthur Bernardes, Bairro Quilombo, na Capital, Marcos Paccola, por torpe motivação, mediante disparos de arma de fogo e utilizando-se de recurso que impossibilitou a defesa da vítima, matou Alexandre Miyagawa.
A vítima estava na companhia de sua convivente, Janaina Maria Santos Cícero de Sá Caldas, sendo que ela se encontrava na condução do veículo do casal e, inadvertidamente, ingressou na Rua Presidente Arthur Bernardes em alta velocidade e na contramão da direção, oportunidade em que parou o carro, desceu do veículo e, visivelmente descontrolada, passou a discutir e xingar as pessoas que se encontravam na referida via pública.
Segundo o MP, em meio a uma série de impropérios, Janaina instigou Alexandre para que sacasse arma de fogo que trazia consigo, o que efetivamente foi feito, em aparente objetivo de evitar que a própria se apossasse da arma que trazia em sua cintura, bem como com a intenção de dissuadir que as pessoas que por ela eram xingadas viessem a investir contra ela.
Paccola, segundo o MPE, resolveu deixar seu carro atravessado na mencionada avenida e abordar os transeuntes, questionando o que estava acontecendo, sendo informado inicialmente que se tratava de uma discussão de trânsito, após o que foi informado que um homem estaria armado.
Conforme acusação, foi neste momento que Marcos Eduardo Ticianel Paccola se aproximou da vítima já de arma em riste, visualizou que ela estava com uma arma de fogo nas mãos e de costas para ele, andando na mesma direção de sua companheira que seguia um pouco à frente, oportunidade em que efetuou três disparos de arma de fogo.
“Em nenhum momento a vítima agrediu ou ofendeu quem quer que lá estivesse e não
apontou sua arma de fogo na direção de ninguém, sendo alvejada pelas costas pela ação do ora denunciado”, diz trecho dos autos.
(Olhar Direto)