Os mato-grossenses estão mais interessados em voltar a comer fora de casa, conforme aponta levantamento do Sebrae/MT. Enquanto em 2022 a procura por informações para empreender no segmento food service era de pouco mais de 3,4 mil, neste ano já contabiliza mais de 4,4 mil atendimentos, o que representa uma alta de 28%.
Os índices de crescimento no Estado constam na base de dados do Sebrae/MT, que fez as comparações de números entre janeiro e maio de 2022 com o mesmo período de 2023.
Este é um dos reflexos do pós-pandemia, onde o consumo era mais em serviços de entrega, mas agora a pesquisa aponta que há estabilidade no ritmo de formalizações deste setor. Neste ano, 2.985 empresas do ramo de food service foram abertas, enquanto no mesmo período de 2022, foram 3.204 empresas.
Por meio de uma parceria entre o Sebrae/MT e a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) houve impulsionamento para o desenvolvimento, a inovação e o crescimento sustentável das empresas do setor de alimentação fora do lar.
Uma das ações foi a ‘Missão Benchmarking Food Service – Belo Horizonte’, em busca de soluções e inovações para o setor. Ao todo, 20 empresários mato-grossenses que atuam no setor de food service participaram da experiência em Belo Horizonte (MG). Todos aproveitaram a oportunidade para buscar soluções às principais demandas do segmento local.
“Esse era o nosso foco principal. Os donos de negócios do nosso estado relatam uma necessidade de melhorar a experiência do cliente, de otimizar os processos dentro da cozinha, como, por exemplo, fazer com que um prato saia a tempo e com qualidade”, cita Beatriz Jardins, analista Técnica do Sebrae/MT.
Na ocasião foram apresentadas soluções para problemas simples – como a melhora do tempo de entrega de um pedido -, além de novidades para o ramo, como a construção de uma ‘dark kitchen’. O objetivo era acompanhar, na prática, os casos de sucessos da região sudeste, que podem ser adaptados nos estabelecimentos de Mato Grosso.
“Com essa missão pretendemos despertar nos empresários a valorização dos nossos insumos locais, trazer um pouco da identidade de Mato Grosso para a gastronomia local. Nossa região tem um perfil noturno, com foco em bares e restaurantes. A comida de boteco, por exemplo, tem crescido muito em Cuiabá e avaliamos que a capital mineira tem essa semelhança”, disse.
A impressão tida por Beatriz foi confirmada por Marcos Antônio da Silva, proprietário do restaurante Mirante das Águas. “Belo Horizonte é famosa pelas comidas de boteco, aprendi coisas bem diferentes que nunca tinha visto, como preparar uma comida boa, simples e que eu quero levar para agregar no meu negócio”, observou.
Tendências como espaços denominados dark kitchen, também estiveram no foco de atenção dos empreendedores. O nome, que na tradução significa ‘cozinha fantasma’, é uma modalidade de negócio que cresceu no Brasil após a pandemia. Trata-se de empreendimentos que produzem alimentos exclusivamente para o serviço de delivery, ou seja, não possui espaço para consumo no local.
O grupo também pode observar técnica de produção, formas de valorização da mão de obra, treinamento de equipe e a construção de um cardápio com produtos que valorizem produtos locais, o que além de criar uma identidade fomenta a economia.
Pela primeira vez em uma missão de benchmarking a empresária, Simone Borges da ‘Three Pães’ disse que voltou mais resiliente para os negócios. “Tivemos vários momentos de aprendizado, que vou poder levar e aplicar no meu negócio. Foi motivador ouvi-los e ver o quanto as histórias se conectam. Constatei que as pessoas passam pelos mesmos problemas que a gente, saber que os desafios deles são parecidos com os nossos, porém seguem e criam soluções, isso me dá uma força”, observa Simone.
(Conteúdo/ODOC )