O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, nesta quinta-feira (15/6), que não trabalha tentando agradar o agronegócio, segmento que foi um dos alavancadores do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre.
O chefe do Executivo federal foi questionado sobre afagos ao setor, que apoiou majoritariamente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2022.
“Em relação ao agronegócio, eu não trabalho assim. Eu não trabalho tentando agradar um setor ou outro setor, porque se não, você fica maluco. São milhares de setores no Brasil. Eu trabalho tentando criar condições melhores para o trabalho de 215 milhões de brasileiros, dentre eles, o agronegócio”, disse Lula.
A declaração foi dada durante entrevista a um pool de rádios goianas: Líder FM, Morada do Sol, Rádio Interativa e Goiânia Sucesso.
O petista declarou que o “problema” do agronegócio com o governo é “ideológico, não é de dinheiro a mais no Plano Safra”. Lula ainda prometeu fazer um bom programa: “Queremos que a agricultura brasileira continue produzindo e plantando, para que a gente continue exportando cada vez mais”.
Lula apontou que o Brasil precisa retomar a preservação ambiental de maneira mais rígida, e frisou que o agronegócio tem responsabilidade nisso. Segundo o petista, a agenda ambiental passa pela exportação e por negociações internacionais.
“O produtor rural, aquela pessoa séria, que vive de produção e exportação, sabe que será prejudicial para seus negócios a gente extravasar em queimadas, entrar em terras que não podemos entrar, poluir rios que não pode poluir”, completou Lula.
Acordo Mercosul-UE
Lula ainda comentou sobre as negociações para o acordo entre Mercosul e União Europeia, que formaria uma das maiores áreas de livre comércio do planeta.
“O parlamento francês disse que não vai votar o acordo Mercosul-União Europeia por causa da quantidade de veneno usado nos produtos agrícolas brasileiros. Então, é importante a gente levar em conta que ser racional, cuidar da agricultura de boa qualidade, é uma necessidade competitiva do Brasil para a China e para a França, para os Estados Unidos e para a Alemanha”, declarou o mandatário.