“Agora vou para Portugal e esperar para ver se consigo cumprir um dos meus sonhos”. A frase de Jorge Jesus ao se despedir do Fenerbahçe após o título da Copa da Turquia pode até soar como enigmática para alguns, mas tem um recado bem direto: Se colocar à disposição da seleção brasileira. Com um acordo bem encaminhado com a Arábia Saudita, o treinador e seu staff administram a situação para aguardar os próximos passos da CBF na busca por um substituto para Tite até o fim da data Fifa.
Jorge Jesus é, sim, um dos nomes na mesa de Ednaldo Rodrigues para o ciclo até 2026, mas até o momento não houve qualquer sinalização ou contato. O Mister, como é chamado pelo torcedor do Flamengo, faz parte de uma lista de opções que serão discutidas após o fim das tentativas por Carlo Ancelotti.
A expectativa é de que o presidente da CBF tenha reuniões pelo italiano nesta semana, durante passagem por Madrid, e escute o posicionamento de que não sairá do Real antes do fim do contrato, em meado de 2024. Ciente deste cenário, Jorge Jesus reforça a mensagem de que seria uma opção de fácil acerto e aproveita o início das férias em Lisboa, onde o Brasil enfrentará Senegal no próximo dia 20.
Jorge Jesus no comando técnico do Fenerbahçe — Foto: Getty Images
Prós e contras cercam o nome do português nas conversas nos bastidores da CBF. Se seria uma opção menos traumática na relação com os clubes brasileiros em comparação com outros nomes que são avaliados, como Abel Ferreira, Fernando Diniz e Dorival Júnior, o perfil centralizador e vaidoso de JJ vai contra ao que Ednaldo deseja para comandar a Seleção.
Livre o mercado, Jesus foi procurado também pelos árabes Al Hilal e Al Nassr, mas fez a escolha para seleção nacional caso retorne ao Oriente Médio, onde dirigiu o próprio Hilal em 2018. Administrar a pressão da Federação de Futebol da Arábia Saudita é a missão nas próximas semanas até que a CBF redirecione seus esforços.
O Brasil está sem técnico há mais de seis meses, desde a eliminação para a Croácia, nas quartas de final da Copa do Mundo do Catar. Na ocasião, Tite confirmou o que já tinha informado de que não seguiria no comando da Seleção, e Carlo Ancelotti se tornou o chamado “plano A” de Ednaldo Rodrigues. (GE)