O dia 24 de maio é reconhecido mundialmente como o “Dia de Conscientização sobre a Esquizofrenia” e, como deputado estadual que atua nesta pauta, temos trabalhado incansavelmente para dar voz e vez às pessoas que possuem o transtorno e carecem de apoio do poder público e entendimento de boa parte da população.
A esquizofrenia é popularmente conhecida pela ocorrência de surtos em que o mundo real do cidadão acaba substituído por delírios e alucinações. Hoje, o transtorno afeta cerca de dois milhões de brasileiros, porém a falta de conhecimento sobre ele só reforça estigmas, tabus e o preconceito.
De acordo com médicos e especialistas, a esquizofrenia geralmente inicia com uma simples apatia no final da adolescência e no começo da vida adulta, na faixa dos 18 aos 30 anos. Aos poucos, o indivíduo abandona as atividades rotineiras e se isola, não conseguindo transmitir seus sentimentos, sejam bons ou ruins.
Em nível de informação, podem ser sintomas de esquizofrenia: Dificuldades no aprendizado desde a infância, pouca vontade de trabalhar, estudar ou interagir com os outros, não reagir diante de situações felizes ou tristes, vozes que surgem na cabeça, alterações nos órgãos dos sentidos e mania de perseguição.
Além de problemas que são acarretados à pessoa que possui o transtorno, familiares também sofrem junto, principalmente devido à falta de assistência médica no SUS, principalmente para atender aqueles que estão em situação de vulnerabilidade social.
Para os que não sabem, desde minha infância, convivi e convivo muito de perto com a esquizofrenia. Minha mãe possui o transtorno e desde cedo aprendi dentro de casa, o quão difícil e necessário é o processo de cuidado, inclusão e superação. E a medicina, a psicologia, a base familiar e a atuação do poder público se fazem essenciais para que o paciente consiga ter mais oportunidades de socialização e qualidade de vida.
Dentre as leis que são de nossa autoria e abordam o tema, destaco a Lei n.º 11.377/2021 que cria a Rede de Atenção às Pessoas com Esquizofrenia e outras Doenças Mentais e a Lei 11917/2022 que cria a Semana de Conscientização sobre a Esquizofrenia, que possuem o intuito de ampliar a rede de apoio aos pacientes e familiares, bem como orientar a sociedade e diminuir o estigma sobre a doença. Outra importante ação que realizamos, foi a visita às escolas de Mato Grosso, onde promovemos palestras e oficinas sobre os cuidados com a saúde mental, para a comunidade escolar ter mais conhecimento sobre a temática.
Propomos também, o projeto de lei 59/2023 que cria o programa de acesso aos medicamentos antidepressivos, garantimos por meio de emenda ao Projeto do Fundo de Equilíbrio Fiscal (Feef), a destinação de mais de R$ 6 milhões para investir no Hospital Psiquiátrico Paulo de Tarso, em Rondonópolis, e apresentamos indicação para a reforma geral do Hospital Adauto Botelho, em Cuiabá.
Mas, sabemos que os desafios a serem enfrentados ainda são enormes. E acredito, que um dos principais focos que devemos atacar, enquanto sociedade é ampliar as políticas públicas de conscientização, para promover o respeito e a inclusão das pessoas que possuem esquizofrenia. Da minha parte, sigo focado em propor na Assembleia Legislativa iniciativas que garantam, na prática, avanços no atendimento da saúde mental, e a inserção/socialização das pessoas que possuem o transtorno, pois elas também devem ser enxergadas, com carinho e atenção, pela sociedade civil organizada e pelos poderes constituídos.
Thiago Silva é professor e deputado estadual por Mato Grosso