O diário “Marca”, da Espanha, destacou nesta quarta-feira o efeito da luta de Vinícius Junior contra o racismo no futebol local, num texto cujo título é “As 48 horas que mudaram o futebol espanhol”. Após o ocorrido no estádio Mestalla, no jogo entre Valencia e Real Madrid, houve um “tsunami” entre LaLiga, federação e até no governo do país.

– Um antes e um depois na LaLiga e no nosso país, onde nunca tinham atuado duramente contra ataques desta natureza. Até que o jogador brasileiro (Vini), farto de suportar tratamento “desumano”, disse basta. A Espanha estava em destaque em todo o mundo, e todas as instituições pediam para acabar com a impunidade. A nível desportivo e social, as mudanças começaram na segunda-feira. Decisões que, esperamos, mudarão o futebol espanhol para sempre – publicou o “Marca”.

Após a pressão internacional, LaLiga e Federação Espanhola, sempre discordantes, se uniram para amenizar a imagem negativa do futebol local. A Espanha é candidata, ao lado de Portugal e Marrocos, a sediar a Copa do Mundo de 2030, o que influenciou na agilidade das resoluções, segundo o “Marca”.

Também nesta terça-feira, torcedores foram à embaixada da Espanha, em São Paulo, manifestar apoio a Vinicius Junior com cartazes e gritos de apoio ao jogador do Real.

ONU pede estratégias contra racismo

O alto comissário das Organização das Nações Unidas (ONU) para os Direitos Humanos repudiou os atos racistas contra Vinícius Junior. Volker Turk pediu aos organizadores de eventos esportivos que desenvolvam “estratégias para evitar o racismo”.

– Os insultos contra Vinícius Júnior mostram a influência do racismo no desporto. Peço aos organizadores de eventos que usem estratégias para o evitar e erradicar – disse o comissário da ONU Volker Turk.

O responsável da ONU destacou a importância de se ouvir pessoas afrodescendentes e envolvê-las na resolução. Turk afirmou que a organização se propõe a disponibilizar às federações esportivas um guia sobre aplicação de políticas de direitos humanos, luta e estigmatização, racismo e discriminação da comunidade LGBTQIA+. (GE)