Seis meses após a última entrevista coletiva como treinador do Cuiabá, António Oliveira falou pela primeira vez em seu retorno ao clube. O treinador português ressaltou o prazer em voltar a dirigir a equipe e analisou os desafios iniciais e a longo prazo no Dourado. O ano mudou, mas a meta estabelecida para a temporada segue a mesma: manter o time mato-grossense na elite do futebol nacional.
Do elenco auriverde da última temporada, dez jogadores que trabalharam com António permanecem no clube. O treinador explicou como pode recolocar o time dentro da ideia de jogo da comissão técnica, mesmo com pouco tempo de trabalho.
– É evidente que eu e minha comissão técnica temos sempre uma proposta de jogo que nos acompanha. Temos uma matriz que não se desvirtua em nenhum momento, mas sempre respeitando o conforto dos jogadores e as suas características. Numa primeira forma mais de análise, avaliação, vamos conhecer os jogadores novos, onde eles melhores se enquadram naquilo que é a forma como nós nos propomos. Mas não vai fugir muito daquilo que vocês viram no ano passado.
Após deixar o Coritiba, António assume o Cuiabá com o objetivo principal claro. Apesar de mirar no mesmo alvo da temporada passada, o treinador aguarda novos desafios pela frente.
– O objetivo é com certeza o mesmo, mas não há temporadas iguais. É um campeonato ainda mais difícil, muito mais competitivo, com os investimentos que foram feitos pelos diversos clubes. É muito simples, é reeducar os que estavam comigo, educar os novos e rapidamente nos identificarmos na nossa forma de jogar, os diferentes princípios e momentos. Trabalhar o máximo, sermos competitivos para podermos alcançarmos pontos, porque é a somatória deles que nos leva a obtenção do objetivo principal, que é manter este clube, de um estado que merece, na elite do futebol brasileiro. Vai ser desafiante, mas vai valer a pena.
António aguarda a regularização no Boletim Informativo Diário da CBF para reestrear pelo Cuiabá à beira do campo. O treinador deve comandar o Dourado já na próxima rodada, contra o Cruzeiro, na segunda-feira, fora de casa. Veja abaixo outros tópicos abordados na coletiva com o técnico português.
Mescla entre experiência e juventude no elenco
– Eu vejo uma ótima oportunidade para gerar ativos. E foi a mesma coisa que fizemos no ano passado. Ninguém conhecia o Joaquim, que hoje é titular no Santos e rendeu financeiramente ao clube. Essa também é uma das nossas valias. Denilson que nunca havia jogado a Série A. Cabe a nós, independentemente da experiência ou da idade, perceber se tem qualidade. Eu não olho idade, cultura, raças, eu olho a qualidade e rendimento que nos dão em campo.
Consolidar a defesa
– Eu acho que acima de tudo, uma equipe como o Cuiabá precisa saber se defender bem. Ela se sustentou muito na parte defensiva, eu estive aqui em 28 jogos, sofremos 28 gols, é um gol por jogo em uma equipe que luta pra não cair. Se tivesse um ataque concretizador estaríamos no G-8. Eu acho que é nessa perspectiva. Portanto, vamos dar conforto ao ataque, e para isso precisamos nos defender bem e não sofrer gol, porque com a qualidade que temos vamos acabar por marcar e ganhar jogos. Consistência defensiva, porque os ataques ganham jogos, mas as defesas ganham campeonatos.
Encaixe tático
– Ontem já começamos a trabalhar dentro dessa forma que se pretende. Agora é evidente que isso tem o seu processo, mas no futebol não há tempo para pedir tempo, pois o que se quer na cultura esportiva brasileira é resultado. Estamos aqui respeitando isso, vamos ter que nos adaptar e adequar de acordo com o adversário. (GE)