Técnico do Vasco, Maurício Barbieri foi o alvo principal do descontentamento da torcida neste domingo, na derrota por 1 a 0 para o Santos, em jogo válido pela sexta rodada do Brasileirão. Ele ouviu vaias e ofensas durante e depois da partida.
Dá para dizer que Barbieri teve seu primeiro arranhão com a torcida do Vasco. Houve protestos em outros momentos, como na eliminação para o ABC na Copa do Brasil e na derrota para o Bahia, mas nada que se aproximasse do “ambiente hostil”, como ele mesmo definiu, dessa vez presenciado em São Januário.
O primeiro sinal de insatisfação da arquibancada se deu aos 44 minutos do primeiro tempo, quando o Santos vencia por 1 a 0 e o Vasco não conseguia chegar ao gol de empate. Os gritos de “não é mole, não, obrigação é ganhar no caldeirão!” ecoaram em São Januário.
Com o fim da primeira etapa, a torcida concentrou os protestos no treinador, que caminhava para o túnel que leva aos vestiários.
“Ei, Barbieri, vai tomar no c*!”.
No segundo tempo, Barbieri ouviu gritos de “burro!” ao tirar Figueiredo de campo e colocar Rodrigo. E no fim, com a derrota decretada, mais e mais ofensas ao treinador, que na semana passada deu entrevista no CT Moacyr Barbosa em que pediu respeito na hora de criticar e contou que um dos seus filhos, em uma vez que viu o pai sendo hostilizado, disse que não queria mais frequentar estádios.
Barbieri pelo Vasco
- 18 jogos
- 9 vitórias, 4 empates e 5 derrotas
- 32 gols feitos, 17 gols sofridos
- Semifinalista do Carioca
- Eliminado na 2ª fase da Copa do Brasil
- Sequência atual de cinco jogos sem vitórias no Brasileirão
O Vasco vem de uma sequência de cinco rodadas sem vitória: a última foi logo na estreia do Brasileirão, no 2 a 1 sobre o Atlético-MG, no Brasileirão. Em seguida, a equipe empatou com o atual campeão Palmeiras e também foi uma das poucas a tirar pontos do Fluminense, mas a torcida tem pegado no pé do treinador por resultados como o contra o Santos. Essa é a segunda derrota do time em São Januário no campeonato.
“Eu entendo”
Na coletiva de imprensa, o treinador voltou a dizer que assimila bem as críticas e que compartilha com o torcedor o sentimento de frustração. Ao ouvir a pergunta sobre o que pensava da manifestação dos torcedores, ponderou, tomou um gole d’água e respondeu:
– Está até escrito nos muros do estádio: “São Januário é um ambiente hostil”. E em alguns momentos o ambiente está mais hostil a nós mesmos que aos adversários. Mas só vamos reverter isso com resultados positivos. É manter o nosso foco, concentração, naquilo que a gente pode fazer, que é buscar resultados positivos aqui dentro e, com certeza, o ambiente vai voltar a nosso favor – disse o comandante.
– Não é algo que vai me tirar o sono. Esse grito eu entendo e acho que ele é legítimo e traduz um sentimento, que é de frustração e compartilhado entre nós. Talvez ele (torcedor) responda de outra forma e a mim não cabe julgar, mas gostaria que entendesse que o sentimento aqui é o mesmo – acrescentou.
Décimo sexto colocado na tabela, com seis pontos, o Vasco volta a campo no próximo sábado para enfrentar o São Paulo, às 18h30 (de Brasília), no Morumbi. (GE)