Na Operação Gênesis, 55 pessoas de uma organização criminosa foram denunciadas à Justiça, na segunda-feira (8), por aplicar golpes virtuais e lavagem de dinheiro que executavam a fim de dissimular a origem dos valores obtidos. O caso é investigado pela Delegacia Especializada de Estelionatos e Outras Fraudes (DEEF). A denúncia foi encaminhada pelo Ministério Público à 7ª Vara Criminal de Cuiabá. A facção aplicou ao menos R$ 1milhão em golpes.
A apuração faz parte da Operação Gênesis, que teve a segunda fase deflagrada no início de março deste ano, com o cumprimento de 97 ordens judiciais, entre prisões, apreensões e bloqueio de valores e sequestro de bens dos investigados.
Segundo as investigações, há vítimas da organização espalhadas em pelo menos 13 estados do país, dentre eles Roraima, Distrito Federal, Bahia, São Paulo, Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Maranhão, Tocantins, Mato Grosso, Goiás, Paraná e Mato Grosso do Sul.
Inquérito que originou a operação foi instaurado pela DEEF, após a informação de que o investigado O.J.O.S.M., morador do bairro Despraiado, em Cuiabá, estava aplicando diversos golpes na modalidade fraude eletrônica. Ele usava contas bancárias digitais de terceiros para receber o dinheiro dos golpes aplicados, entre eles o do “perfil falso de Whatsapp” e do “falso intermediador de vendas”.
Para executar as ações criminosas, o suspeito recrutava pessoas para abrirem contas bancárias. Após a abertura das contas, ele passava a administrá-las, instalando os aplicativos dos bancos em seu aparelho telefônico. O dinheiro dos golpes passava a ser depositado nessas contas e, na sequência, era sacado ou transferido para outras contas pelo próprio golpista ou por seus comparsas.
No decorrer da investigação, outras pessoas que, de alguma forma, estariam associadas para a prática dos golpes foram identificadas.
Em julho de 2022 foram cumpridas várias buscas sendo que nesta oportunidade diversos eletrônicos foram apreendidos. Os conteúdos foram analisados pelo Núcleo de Inteligência da delegacia e resultaram no material que deu base à Operação Gênesis.
“Além da identificação de vários golpes aplicados pelos suspeitos, a investigação apurou a existência de não apenas uma associação criminosa, sendo possível delimitar os contornos de uma verdadeira organização criminosa e, com a divisão de tarefas entre seus membros, instalada para a prática de fraudes eletrônicas” explicou o delegado Pablo Carneiro.
Além dos golpes de estelionato, foi constatado que o grupo também fazia a lavagem de capitais para dissimular a origem ilícita dos valores, distribuindo o dinheiro em diversas contas de outros membros da organização criminosa.
A equipe da DEEF identificou 19 vítimas lesadas em golpes que foram de valores entre 3.116,00 a R$ 311.490,00. A soma do que foi tomado das vítimas ultrapassa R$ 1 milhão.