Um dos principais líderes do movimento ruralista no Senado, o senador Jayme Campos (União-MT) voltou a atacar a ‘indústria da invasão de terras’ no Brasil, que, segundo ele, é formada por ‘malandros’ e ‘profissionais’. Durante audiência pública conjunta das comissões de Infraestrutura e de Desenvolvimento Regional ele apelou à ministra do Planejamento, Simone Tebet, apoio para ser estruturado no Governo ações para evitar as ocupações de propriedades.

“Se acompanhar de perto é a mesma turma que está lá: tudo de carro novo, muitas vezes pagos por grandes proprietários que pagam para invadir e depois ficam com a área para ele. Virou uma indústria. Não podemos permitir que isso volte a acontecer no Brasil” – acentuou o senador, que se disse ‘preocupadíssimo’ com a situação de insegurança atual no campo.

Jayme citou, como exemplo, os decretos de ampliação de reservas indígenas, que tira a tranquilidade dos produtores rurais de Mato Grosso. Enfatizou que esse quadro de medo não pode prosperar, uma vez que é a produção agrícola que tem dado expressiva contribuição na formação do Produto Interno Bruto (PIB) e alavancado a geração de emprego no Brasil.

Campos ainda apelou à ministra para poder articular junto aos demais ministérios a melhoria da administração dos fundos constitucionais. Como sugestão, enfatizou a necessidade de se criar uma regra mais clara na utilização dos recursos, priorizando o pequeno e médio produtos. O senador mato-grossense enfatizou que no caso do Fundo do Centro-Oeste, criado para atacar o desequilíbrio regional, 70% dos recursos acabam alocados a grandes empresários.

Outro programa citado pelo senador do União-MT se destina a irrigação. Segundo ele, há muitos anos ‘não vai 1 centavo de real’ sequer para Mato Grosso. “Esse dinheiro é constitucional, de um fundo constitucional, portanto, é obrigatória sua aplicação” – alertou. Investimentos em irrigação, se colocado em prática, permitirá a Mato Grosso a ter até três colheitas no ano, sem a necessidade de avanço no desmatamento de áreas. “Esse é um programa espetacular – frisou. Infelizmente o Centro Oeste não recebe coisíssima alguma”.

Região de Fronteira – Além disso, Jayme Campos sugeriu a ministra Simone Tebet execução de ações de desburocratização do Estado para permitir que as prefeituras possam acessar recursos destinados a ações na fronteira. Com efeito, observou que esses recursos “parece cabelo de irmã de caridade: sabe que tem, mas ninguém vê, está sempre tampado”.

Campos criticou a burocracia estatal e afirmou que a ministra “poderia fazer um grande feito: tentar desburocratizar um pouco”. Campos é autor do projeto de lei que destina 5% dos recursos do Fundo Nacional de Segurança Pública para a região de fronteira.

O senador reafirmou a ministra sua disposição de “apoiar tudo que for preciso em favor da sociedade” e deixou claro que não está no Congresso atrás de cargo ou para barganhar. “Estou aqui para defender os interesses do povo brasileiro e particularmente de Mato Grosso. Tenho 6 mandatos pelo voto popular” — disse, ao cobrar seriedade do Governo.

Ao cobrar seriedade no trato com a coisa pública, Campos foi enfático: “É preciso investir bem o dinheiro público. Não deixar roubar. Lamentavelmente quando chega o dinheiro lá na ponta, já chega pela metade. Temos que acabar com isso no Brasil. Isso é fatal” — disse