Os conflitos armados no Sudão deixaram jogadores brasileiros em situação de perigo. O atacante Paulo Sérgio, que defendeu com sucesso o Flamengo entre 2007 e 2012) chegou ao Al-Merrikh em janeiro deste ano, havia se queixado, no fim de semana, da inércia do governo federal. Afinal, segundo ele, o Itamaraty, responsável pelas Relações Exteriores, não havia tomado providências para retirar os brasileiros da área de guerra.
Finalmente, nesta segunda-feira (24/4), os 9 brasileiros que fazem parte do time de Al-Merrikh – 4 jogadores e 5 membros da comissão técnica – conseguiram sair do Sudão. Eles pegaram um micro-ônibus e atravessaram a fronteira com o Egito, em direção à cidade de Assuã, a 3 horas do limite entre os dois países.
O veículo, fretado pelo clube, tinha deixado Cartum, a capital do Sudão, ainda no domingo. E ao chegar à fronteira o grupo passou seis horas na alfândega.
Cessar-fogo de 72 horas no Sudão
O time aproveitou o período de cessar-fogo concedido pelos paramilitares da Força de Apoio Rápido (RSF), que, na sexta-feira (21), aceitou fazer uma trégua de 72 horas.
Os conflitos no Sudão vêm se intensificando desde dezembro de 2022. Na ocasião, a família do assistente técnico do time, José Esdras Lopes, já demonstrava preocupação . Esdras havia chegado à África em novembro e. já no mês seguinte, foi surpreendido com o barulho dos confrontos armados.
Combates intensos em abril
Os combates se intensificaram bastante no último dia 15 de abril. Dessa forma, envolvem, de um lado, o exército liderado por Abdel-Fattah al-Burhan, o comandante das Forças Armadas. De outro, está o grupo paramilitar RSF do general Mohammed Hamdan Dagalo.
Dias após os confrontos, atletas brasileiros e parentes comentaram sobre a situação insustentável no Sudão. Afinal, a internet e a rede elétrica ficaram intermitentes e as pessoas começaram a estocar água e mantimentos.
Ao portal G1, o Itamaraty declarou que havia 16 brasileiros no Sudão, mas 15 conseguiram sair e um estava em segurança. O Ministério das Relações Exteriores afirmou que o governo brasileiro age em coordenação com a ONU e monitora a situação de forma permanente. (Jogada 10)