A cultura do medo é altamente nociva para adultos e crianças no espaço educativo, bem como em todos os espaços sociais. Especialmente nos espaços escolares temos que definir papeis, onde cada agente tenha claro que a proteção mútua esteja presente e que possa ser propiciada a paz e a tranquilidade em todo o espaço educativo, para o bom desenvolvimento das aprendizagens propostas.
O diálogo com as crianças sobre a temática e a política do medo tem que permear o cotidiano, para que construa a prática de solucionar possíveis conflitos existentes.
A criança em especial precisa sentir se protegida, precisa ter ciência de que família e escola tem um papel fundamental de proteger e instruir cada uma delas.
A criança no espaço escolar não pode e não deve ser inquirida especialmente sobre a temática violência, mas não se deve silenciar quando ela trás essa vontade de dialogar e entender esse processo crescente de violência.
Os adolescentes já conseguem refletir de maneira mais madura e mais elaborada, no entanto merecem mais atenção ainda que os pequenos, visto que estão em busca de uma auto afirmação e as influencias nesta fase são fatídicas e muito avassaladoras. Nesta fase da vida o certo e o errado, o real e o imaginário estão numa linha muito tênue e tende ser levado para a questão que diretamente reflete na intolerância e geração de conflitos.
O adolescente tende a satirizar e usar o humor para as questões sérias, e a intervenção deve ser feita no sentido de sensibilizar e trazê-lo para a realidade dos fatos, onde a dor alheia deve ser respeitada.
A vigilância de educadores e familiares nesta fase deve ser constante, as redes sociais e jogos eletrônicos são portas para as mais diversas influencias, e através desses meios as vivencias e diálogos estabelecidos podem exacerbar o comportamento agressivo ou passivo dos adolescentes.
Portanto, o acolhimento e acompanhamento é importante que seja feito ao longo do convívio, independente da temporalidade, procurando não esconder, não mentir e ou fugir do tema, sempre enfatizando que esta atenção dispensada é sempre com o intuito de proteger visto que estão atentos e preocupados com a segurança de todos.
Criar serviço de apoio e escuta de psicólogos e assistentes sociais nos ambientes educativos se faz necessário para evitar os momentos de conflitos. Educadores e familiares precisam ser ativos para que as crianças e adolescentes estejam certos do acolhimento e proteção para os momentos de confronto de ideias.
Nesse apoio a contribuição familiar é primordial, a indiferença ao tema, leva a propiciar janelas abertas para possíveis comportamentos agressivos e inesperados. Não se podem reforçar medos ou sensações de pânico e sim, contribuir com medidas educativas, de segurança, de cidadania.
*FRANCISCA ROSA BARBOSA é Professora, Assessora Parlamentar na Câmara Municipal de Cuiabá. Graduada em Pedagogia, Especialista em Gestão Educacional, Psicologia Educacional e Educação Infantil com ênfase em Letramento.
CONTATO: fran.mutzenberg@gmail.com ou @fran_rosa22