A Polícia Civil cumpriu, em Lucas do Rio (distante 357 quilômetros ao norte de Cuiabá), quatro mandados de busca e apreensão domiciliar e encaminhamento de adolescentes para serem ouvidos em declarações sobre a atuação em possíveis ataques em escolas do município, marcados para acontecer na próxima quinta-feira (20).
Os mandados de busca e apreensão foram decretados pela Justiça com base em investigações da Delegacia de Lucas do Rio Verde, que identificaram adolescentes envolvidos no planejamento de um suposto massacre em duas escolas da cidade, que ocorreria no dia 20 de abril. Os menores também chegaram a cogitar a hipótese de um terceiro ataque, em uma creche do município.
A operação tem como foco o combate às situações de ameaças de ataques nas escolas. Conforme a polícia, a Promotoria de Justiça já está realizando as audiências dos menores. Até o momento, 21 adolescentes já foram ouvidos.
Diante dos levantamentos e da identificação dos menores, a delegada Ana Carolinne Mortoza Lacerda Terra, representou pela expedição de mandados de internação e de busca e apreensão domiciliar contra os adolescentes, com objetivo de apreender telefones, computadores, armas e outras objetos que poderiam estar relacionados aos possíveis atentados. Todavia, as internações não foram deferidas de início.
Também foram deferidas ordens de condução dos menores à delegacia para oitivas e acareações. Durante a manhã, foram realizadas as oitivas dos adolescentes que tiveram o envolvimento identificado no planejamento dos possíveis mandados e também de outros menores por eles indicados.
As buscas tiveram apoio dos Delegados João Antônio e Paulo Brambilla, bem como dos policiais da Unidade de Lucas do Rio Verde, resultando na apreensão de um simulacro de arma de fogo, e diversos aparelhos celulares. No telefone de um dos adolescentes foram encontradas diversas fotos dele em posse de armamento pesado, além de informações de uma possível relação dele com uma facção criminosa.
Segundo a delegada Ana Carolinne, no decorrer da semana passada, mais de 10 adolescentes já tinham sido conduzidos à delegacia, para serem ouvidos, muitos em posse de arma branca, partindo deste ponto daí, o levantamento das informações.
Durante os trabalhos, foram lavrados cinco Boletins Circunstanciados de Ocorrência (BOCs), referentes às ameaças e posse de arma branca, bem como instaurado um procedimento de apuração de ato infracional.
“Nesse último procedimento, estávamos apurando, ainda, a informação de que um adolescente estaria cooptando outros menores na porta da escola, entregava uma faca para eles e combinava o que cada um deveria fazer, no dia do atentado, previsto para o dia 20 de abril”, disse a delegada.
As oitivas continuam em andamento e quando concluídas, todo o procedimento será encaminhado ao Ministério Público, para que haja a responsabilização dos adolescentes de forma mais célere possível. Os adolescentes deverão responder pela prática de atos infracionais.