Ana Maria Rodrigues da Silva, de 41 anos, e a filha dela, Ana Beatriz Rodrigues de Souza, de 11, estão desaparecidas desde o último dia 5 quando saíram de casa sem avisar à família. Segundo os parentes, Ana Maria tem deficiência mental e falou para uma vizinha que ia encontrar um suposto namorado que conheceu pela internet e que mora em Mato Grosso.
Mãe e filha moram no bairro Jardim Primavera, em Rio Branco. No mesmo quintal, vive também uma ex-cunhada de Ana Maria, que teria visto a parente vender os objetos da casa antes de sumir para conseguir juntar dinheiro para a viagem.
Ao g1, Yasmin Odete disse que a irmã está separada do marido há cerca de três meses. Quinze dias atrás, Ana Maria falou para a Yasmin que tinha conhecido um homem na internet, mas a família não acreditou na história, pois achou que ela estava criando um relacionamento na cabeça por conta da separação.
“Ela tem problemas mentais, faz tratamento no Hosmac, é aposentada, toma remédio. A gente pensou que era coisa da cabeça dela, mas na quarta-feira [5] a ex-cunhada a viu vendendo os objetos dela por um preço muito pequeno e vendeu tudo em questão de horas, pegou o dinheiro e disse que ia comprar as passagens com ajuda de uma pessoa, que a gente não sabe quem é, e a ex-cunhada pensou que a gente sabia disso”, recordou.
Yasmin diz que chegou a ir na Rodoviária de Rio Branco pedir informações, mas foi informada que apenas com uma ordem judicial o local poderia repassar. A família registrou um boletim de ocorrência na delegacia do Conjunto Habitacional Cidade do Povo.
“A gente não sabe em qual cidade do Mato Grosso ele mora, se é na capital, no interior. Não temos ideia, ela falou para a vizinha que era no Mato Grosso, mas aparentava não ter certeza. Simplesmente saiu de casa e a vizinha falou que ela já tinha comprado as passagens, que alguém ajudou ela”, lamentou.
Ainda segundo a familiar, Ana Maria bloqueou todos os parentes, amigos e contatos no telefone. A família tentou falar com ela por um número que não estava agendado, mas a ligação é desligada e, posteriormente, o número é bloqueado.
“A gente manda mensagem no WhatsApp por um número desconhecido, visualizam e já bloqueiam em seguida. A Ana não sabia mexer no telefone. Quem era responsável por ela era o marido, mas saiu de casa, realmente cuidava dela. Essa ex-cunhada falou pra gente ficar despreocupada que iria ficar olhando ela. Todo dia eu e minha mãe íamos lá”, complementou.
Outra preocupação da família é com a saúde da criança. De acordo com Yasmin, Ana Beatriz tem epilepsia e nos últimos dias teve diversas crises. “Ela toma remédio, tem crise quase todos os dias. As duas têm laudo, fazem tratamento. Estamos desesperados, procurando as informações sozinhas”, disse.
Investigações
O parente prestou depoimento sobre o desparecimento ao delegado Samuel Mendes. Ao g1, ele afirmou que as investigações já iniciaram e que diligências foram determinadas para saber por onde Ana Maria e a filha passaram e se realmente saíram do estado.
Ele acrescentou também que as investigações devem ser repassadas para a Delegacia de Atendimento à Pessoa com Deficiência e ao Idoso (DEADI), que é especializada nesses casos.