Um morador do bairro Mata do Jacinto asfixiou um pitbull até a morte, na manhã deste sábado (1º), após sofrer ataque do animal. Inquilino do dono do animal, o homem tentou capturar o cão após ele fugir e acabou ferido, principalmente, na barriga e nos braços.

Vizinhos que presenciaram a cena tentaram ajudar a vítima a controlar o animal e, com uma corda, o homem atacado conseguiu retornar o cão para dentro de casa, mas acabou asfixiando-o.

O animal não resistiu e morreu no portão da residência. Nervoso, o dono não quis conversar com a reportagem.

A vítima foi socorrida por militares do Corpo de Bombeiros e levada para o CRS (Centro Regional de Saúde) Nova Bahia. Segundo apurado, o homem passa bem, apesar dos ferimentos.

‘Era ele ou eu’

Com curativos recém feitos, o instalador de placas solares atacado por um pitbull no bairro Mata do Jacinto ainda tentar se recuperar do susto que viveu dentro do quintal da própria casa, na manhã deste sábado (1º). Um momento de descuido e ele se viu em “luta” com o cachorro. “Era ele ou eu. Agi pelo instinto de sobrevivência”.

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Homem sofreu ferimentos no pulso, no abdômen e na perna (Foto: Osvaldo Nóbrega)

O homem, que vai ter a identidade preservada, contou a equipe de reportagem que divide o quintal com o dono do animal – é inquilino dele e mora em uma casa no fundo do terreno – e por isso estava acostumado com o pitbull.

“Tinha uma boa convivência com o cachorro. Tem um portão que gente sempre fecha para usar o tanque. Achei que tinha fechado, mas o trinco soltou. Em um piscar de olhos ele escapou para rua. Ai me desesperei”, contou.

Preocupado de que o cachorro atacasse alguém na rua, ele correu para capturá-lo. Conseguiu “com muito custo” levar o animal de volta para casa, mas foi neste momento que a situação piorou. “Na hora que coloquei ele para dentro da casa, ele deu a louca comigo e começou a me atacar”. Os dois, nas palavras dele, lutaram.

A cena foi vista por vizinhos, que tentaram ajudar. “Uma vizinha me deu uma corrente e eu passei ela no pescoço dele enquanto ele me mordia”. Segundo o instalador, a intenção era apenas “acalmar” o pitbull até que o dono dele chegasse, mas nem sufocado, o cachorro soltava. “Ele não soltava meu pulso. Começou a sangrar muito. Acabei matando ele, com muita dó”.

O delegado Maércio Alves Barbosa – titular da Decat (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Ambientais e Atendimento ao Turista) – explicou que neste caso, o rapaz não responde criminalmente porque ele agiu para se defender. “Era uma questão de sobrevivência, e não dá para caracterizar como omissão de cautela porque o caso é pontual”.

“A pessoa só é responsabilizada quando é contumaz em negligência, deixar o portão aberto, quando não se preocupa com medidas de segurança para evitar ataques por parte do animal”, disse.  (Primeira Página)