Polícia Civil, por meio da Delegacia Especializada do Meio Ambiente (Dema), deflagrou a Operação Cordilheira nesta segunda-feira (20) com cumprimento de 10 mandados judiciais contra crimes ambientais na região do Pantanal mato-grossense.

 

Além da Polícia Civil, ação foi realizada com participação do Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) e Poder Judiciário.

As ordens de busca e apreensão têm como alvo 6 propriedades rurais situadas na região do Pantanal, 3 endereços comerciais e um residencial, além de um mandado itinerante em Rondonópolis (212 km ao sul de Cuiabá) e Sinop (distante508 quilômetr0s ao  norte da Capital).

O trabalho realizado de forma terrestre e aérea conta com apoio das unidades policiais das Diretorias do Interior, Atividades Especiais e do Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer).

A operação “Cordilheira” tem como foco a investigação de crimes como destruir e danificar florestas consideradas de preservação permanente e destruir ou danificar florestas nativas ou plantadas ou vegetação fixadora de dunas, protetora de mangues, objeto de especial preservação. Todos são enquadrados na Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/1998).

As investigações tiveram início no segundo semestre de 2022, após denúncia sobre uma propriedade no Pantanal em que era feito o uso de agrotóxicos, o que é proibido por lei em áreas rurais da região, tendo como objetivo a preservação do meio ambiente e para que não haja a destruição da flora e fauna da região.

A delegada Liliane de Souza Santos Murata, titular da Dema,  explicou que os cumprimentos dos mandados nas propriedades rurais se dão em áreas que totalizam aproximadamente 121.225 hectares de terras dentro do Pantanal Mato-Grossense, sendo cerca de 53,688 hectares de vegetação seca e/ou morta.

Para a delegada, o trabalho na região do Pantanal é delicado, principalmente nesta época do ano em período chuvoso, onde o acesso terrestre se torna ainda mais difícil.

Delegada Liliane Murata, titular da Dema: “Há locais que só conseguimos percorrer com aeronaves e embarcações de diferentes tipos”

“Há locais que só conseguimos percorrer com aeronaves e embarcações de diferentes tipos. O Sistema de Geomonitoramento por Satélite, utilizado pela Dema para o monitoramento dos ilícitos ambientais, foi um aliado nas investigações prévias até o reconhecimento in loco do local suspeito do crime e do possível dano ambiental causado”, explicou Liliane Murata.

Liliane destacou que as condições climáticas da região ajudaram a identificar que a situação de crime ambiental, uma vez que o Pantanal é marcado pelas altas temperaturas, grande índice pluviométrico, verão quente e chuvoso e um inverno frio e seco. Assim, o solo que se forma é utilizado como áreas de pastagens para o gado. A vegetação pantaneira, dependendo da altitude, envolve as gramíneas, árvores de médio porte, plantas rasteiras e arbustos.

“Por meio deste clima foi que se gerou a suspeita de que algo estava errado na propriedade rural, haja vista que neste período chuvoso a área onde o dano foi gerado deveria estar verde e aquática e não seca”, destacou a delegada.

 

Nome da Operação

Cordilheira refere-se à vegetação pantaneira que são pequenas faixas de terreno não inundável com 1 a 3 metros acima do relevo adjacente com vegetação de cerrado, cerradão ou mata. Era assim que a área objeto de investigação deveria estar, no entanto, encontra-se totalmente seca e desmatada em um período de chuvas na região.