A parte tática do futebol virou tema do “The New York Times”, um dos jornais mais famosos dos Estados Unidos e do mundo. Nesta sexta-feira, o jornalista Rory Smith escreveu uma coluna intitulada “Broken Systems” (Sistemas Quebrados, em português). Ele minimiza as formações clássicas (como 4-4-2, 4-3-3, 3-5-2, 4-2-3-1…), dizendo que os sistemas na prática são flexíveis e variam de acordo com diversas situações do jogo, e que uma nova tendência parece surgir para romper de vez com isso.
O texto aponta para uma queda técnica de equipes que priorizam a ocupação de espaços, citando como exemplo o Liverpool e o Manchester City, ambos da Inglaterra. E diz que “o futuro parece pertencer às equipes e treinadores que estão dispostos a ser um pouco mais flexíveis e veem seu papel como uma plataforma na qual seus jogadores podem improvisar”. Neste aspecto os exemplos apontados são o estilo do Real Madrid, da Espanha, e os técnicos italiano Luciano Spalletti, do Napoli, da Itália, e o brasileiro Fernando Diniz, do Fluminense.
– Diniz, como Spalletti, não acredita em atribuir posições ou papéis específicos aos seus jogadores, mas em permitir que eles se troquem à vontade, para responder às exigências do jogo. Ele não se preocupa com o controle de áreas específicas do campo. A única zona que interessa a ele, e ao seu time, é aquela perto da bola. Na sua visão, o futebol não é um jogo definido pela ocupação do espaço. Em vez disso, é centrado na bola: desde que seus jogadores estejam próximos a ela, a posição teórica em que jogam não importa nem um pouco. Eles não precisam se apegar a uma formação específica, a uma série de números codificados em suas cabeças – escreveu, completando:
– Em vez disso, eles são livres para ir aonde quiserem, onde seu julgamento disser. Se for praticamente impossível apresentar uma estrutura de como o time joga, melhor ainda. Afinal, os sistemas são projetados pelos treinadores com o propósito expresso de tirar o máximo possível da espontaneidade do jogo. Os treinadores querem, compreensivelmente, controlar o que um jogador faz em qualquer circunstância. Eles almejam previsibilidade. Eles anseiam por isso. Nesse ambiente, é natural que a imprevisibilidade se torne uma vantagem.
Fernando Diniz, do Fluminense, no “The New York Times” — Foto: Reprodução
(GE)