O apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Rafael Silva de Oliveira, de 24 anos, que matou Benedito Cardoso dos Santos, de 42 anos, permaneceu em silêncio durante audiência de instrução realizada nesta quinta-feira (2). A sentença, que definirá se o réu irá a júri popular ou não deve ser publicada nos próximos dias. Na audiência, foram ouvidas oito testemunhas.
Segundo a Justiça, a perícia atestou que “não há evidências que possam afirmar que, na data do delito cometido, o periciado era portador de transtorno psiquiátrico, doença mental ou perturbação da saúde mental”. A defesa dele, durante o processo, havia informado que o réu sofria de esquizofrenia e a família, anos antes, havia tentado interná-lo em clínica psiquiátrica.
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A reportagem do Cuiabano News tenta contato com a defesa do réu. E o espaço continua aberto.
O crime aconteceu em uma chácara, na zona rural de Confresa, distante 1.162 quilômetros a nordeste de Cuiabá, no dia 7 de setembro de 2022, depois de uma discussão entre os dois por questões políticas. A vítima defendia o então candidato à presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o acusado, Jair Bolsonaro (PL). Benedito foi morto com ao menos 15 golpes de faca e machado, segundo a Polícia Civil de Mato Grosso.
Relembre o caso
Os dois envolvidos trabalhavam no corte de lenha em uma propriedade rural. Segundo a Polícia Civil, Benedito deu um soco no rosto de Rafael, após se desentenderem por questões políticas, e pegou uma faca. O autor do crime, então, partiu para cima da vítima e tomou para si a arma branca.
Ainda, segundo a versão apresentada pela Polícia Civil, Benedito teria corrido e Rafael o perseguiu e começou a golpeá-lo pelas costas. A vítima teria ficado caída no chão, momento em que o autor aproveitou para acertá-la com golpes no olho, no pescoço e na testa.
De acordo com o delegado, Rafael foi até um barracão para pegar um machado, voltou até Benedito, que ainda estava vivo, e o acertou no pescoço, na tentativa de decapitá-lo.
O autor escondeu as armas do crime e foi andando até à cidade de Confresa, chegou ao hospital e solicitou atendimento médico, pois estava com um corte na mão e outro na testa. Ele alegou que tinha sido vítima de uma tentativa de roubo.
O suspeito foi encaminhado para a Delegacia de Polícia Civil, para prestar depoimento e confessou o crime.
Os policiais encontraram a faca, o machado e outros elementos que apontavam para o suspeito no local do crime.