O Tribunal de Barcelona decidiu, nesta terça-feira (21/2) por manter o lateral-direito Daniel Alves preso até o fim das investigações do caso de agressão sexual pelo qual o jogador é acusado. Os advogados do atleta entraram com um pedido de liberdade provisória, até o dia do julgamento. Contudo, a terceira sessão da audiência do tribunal, decidiu que o jogador deve seguir preso preventivamente.
Para rejeitar o pedido, pesou a alegação que o risco de fuga de Daniel Alves do território espanhol persiste. Mesmo com medidas cautelares que a defesa prometia adotar no recurso. Além disso, os muitos indícios de que o brasileiro cometeu o crime pelo qual está sendo acusado, como vídeos da discoteca Sutton e testes de DNA, também jogaram contra o lateral.
No despacho, os juízes Eduardo Navarro Blasco, Myriam Linage Gómez e Carmen Guil Román justificam que o conhecimento de novas provas e o avanço da investigação “aumentam exponencialmente” o risco de fuga inicial.
A defesa havia proposto que o atleta tenha seu passaporte retirado. Até mesmo uma pulseira de geolocalização acabou sendo oferecida para que a Justiça permitisse que ele deixasse a cadeia. A acusação, por sua vez, afirma que a condição econômica do atleta poderia facilitar uma fuga da Espanha, inclusive para o Brasil, que não tem acordo de extradição com o país europeu.
Processo de Daniel Alves
O jogador acabou sendo detido sem direito a fiança no dia 20 de janeiro e, desde então, vem lutando para responder ao processo em liberdade. O jogador responde a um processo sexual, após estar sendo denunciado por uma mulher de 23 anos. A denunciante alega que foi estuprada no banheiro de uma área VIP da discoteca Sutton, em Barcelona, na noite de 30 de dezembro.
Defesa de Daniel Alves: “Sentença assimétrica”
A defesa do jogador brasileiro lamentou a decisão. Reforçou a crença na inocência do cliente e indicou pesos diferentes às provas produzidas no processo. Disse que o juízo considerou os indícios produzidos anteriormente no processo e desconsiderou os novos, produzidos pela defesa.
Cristobal Martell, advogado de Daniel Alves, vai preparar outro recurso ainda na tentativa de colocar o jogador em liberdade durante o processo. Confira a nota da defesa:
“Daniel Alves da Silva segue sendo tão inocente como era antes do veredito do processo. Sua vontade de abandonar a Espanha e evitar o processo era e é inexistente.
A sentença é assimétrica. Utiliza como indícios as afirmações de culpa que oferece o atestado policial e, por outro lado, os elementos de inocência que oferecem a defesa o leva para o julgamento oral.”
O lateral completou na segunda-feira exatamente um mês preso na Espanha, acusado de estuprar uma jovem em uma boate de Barcelona. O jogador foi detido sem direito a fiança em 20 de janeiro e, desde então, vem lutando para responder ao processo em liberdade. Ele seguirá no Complexo de Brians II, numa cidade vizinha à Barcelona. (Jogada 10/GE)