Quase dois meses depois da eliminação para a Croácia na Copa do Mundo de 2022, a seleção brasileira masculina segue sem treinador. Em março, estão previstos dois amistosos ainda sem adversários e local definidos. Mas o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, não tem pressa para definir o substituto de Tite.
No planejamento ideal do dirigente, o prazo-limite é março, a tempo, claro, da convocação e dos jogos no fim do mês. Mas há dificuldades para encontrar o nome ideal. Ednaldo tem dito que vai escolher “o melhor nome possível”.
Entre os pré-requisitos, apontando para a tendência de treinador estrangeiro, estão preferencialmente falar português ou espanhol e ter reconhecimento público. Ou seja, um nome de peso. Entre o presidente e a diretoria de comunicação há um consenso de que o nome escolhido não pode falar apenas inglês. A análise é que o idioma, não falado pela maioria da população brasileira, colocaria uma barreira no entendimento e na conexão do treinador com o cidadão comum.
Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF, não quer treinador que não consiga se comunicar com o cidadão comum. Idioma inglês está descartado — Foto: Martín Fernandez
Ednaldo tomou para si a missão e ele próprio, garante, buscou informações sobre treinadores. Embora publicamente nunca tenha tratado do assunto, ele tem mapeado uma lista seleta de nomes que estão sob contrato. O dirigente afirma que ainda não fez contato com nenhum treinador, apenas monitora os nomes para saber as situações contratuais.
Temperamento de Abel
Lá fora, há nomes como o italiano Carlo Ancelotti e José Mourinho e até mesmo o ex-rubro-negro Jorge Jesus. Mas bem pertinho há outro nome possível. Abel Ferreira, técnico do Palmeiras.
O temperamento muitas vezes explosivo de Abel não é empecilho para o convite para a seleção brasileira. Ao contrário, Ednaldo vê gana de vencer em muitos traços da forte personalidade do português. É bom lembrar que o atual campeão brasileiro e da Supercopa também está sob contrato com o Palmeiras.
Coordenação da seleção
Outra decisão é só definir o novo coordenador da seleção, cargo que era ocupado por Juninho Paulista, com a definição do novo treinador. O entendimento do presidente é que a função precisa estar alinhada com o técnico. Há no cenário, inclusive a possibilidade de o cargo ficar vago, caso o técnico escolhido para a seleção não veja a necessidade de ter essa pessoa intermediando a relação com a presidência. Ou ainda que o treinador indique com quem prefira trabalhar. (GE)