Um sábado de decisões na Copa do Mundo do Catar. Argentina decide se fica ou se despede antecipadamente. França e Dinamarca decidem quem deve ficar na liderança da chave. E é só o sétimo dia de jogos, a segunda rodada dos Grupos C e D. Mas como no Catar o sábado é como se fosse o domingo para os países do Ocidente, por que não seria também o dia das primeiras definições deste Mundial?

A agenda do dia marca: às 7h, Tunísia x Austrália; às 10h, Polônia x Arábia Saudita; às 13h, França x Dinamarca; e às 16h, Argentina x México. Globo, Sportv e ge transmitem os jogos ao vivo.

Messi festeja gol pela Argentina contra a Arábia Saudita — Foto: Peter Cziborra/Reuters

Messi festeja gol pela Argentina contra a Arábia Saudita — Foto: Peter Cziborra/Reuters

Veja abaixo os horários (de Brasília) dos jogos deste sábado:

Argentina x México: “Adiós” ou a “Dios”

Começando pelo final… O final do dia, claro. Pois o fim da participação argentina na Copa do Mundo pode estar começando ou muito longe do término a partir das 16h deste sábado. Depois de perder na estreia para a Arábia Saudita por 2 a 1, uma nova derrota já elimina o time de Lionel Messi da Copa (entenda todos os cenários possíveis nesta rodada).

No entanto, comandada pelo mesmo Messi a Argentina pode fechar a rodada como líder do grupo. E durante o duelo contra o México os argentinos já vão estar sabendo do resultado dos sauditas, que entram em campo às 10h contra a Polônia. Então pode ser um sábado de “adiós” ou de agradecimento a “Dios”.

– Acho que todos os jogos de amanhã serão uma final para nós, porque temos de vencer e é um jogo importante para o nosso futuro. Acho que vai ter que sair [uma boa apresentação do time] amanhã, porque a gente tem mostrado isso. Acho que o jogo de amanhã vai ser fundamental – afirmou o atacante Lautaro Martínez, em entrevista no dia em que se completaram dois anos da morte de Diego Armando Maradona.

– Acho que para nós argentinos ele foi uma pessoa muito importante. Dentro do futebol mundial, não só dos argentinos, então lembramos da melhor forma. Obviamente, é um dia triste para todos. E espero que amanhã possamos dar-lhe alegria – completou Lautaro.

O técnico da Argentina, Lionel Scaloni, garantiu nesta sexta-feira que Messi está bem física e mentalmente para a partida decisiva contra o México. O camisa 10 está confirmado, mas a equipe poderá ter mudanças.

– O primeiro dia afetou muito a equipe, mas a reação foi imediata. A única coisa que tínhamos que fazer era levantar a cabeça. Esse grupo fará isso. Não há nenhuma dúvida, vamos buscar alternativas no nosso jogo. Poderemos ter alguma mudança, vamos analisar os jogadores após a recuperação – disse Scaloni.

Do lado mexicano, o técnico também é argentino. E ele também é parça do Messi, a quem comandou no Barcelona. Mas, neste sábado, Tata Martino quer mais a primeira vitória do México na Copa, após estreia com empate contra a Polônia.

– Estou ciente de que o futuro das equipes provavelmente depende muito do que acontecer amanhã. Para nós também representa um jogo chave, embora tenhamos mais um ponto na tabela hoje. Parece-me para as duas equipes é um jogo chave. Queremos o melhor para o México. Mas estamos falando de um dos candidatos à Copa do Mundo, e isso não mudou com o resultado da Arábia, longe disso – afirmou Martino nesta sexta.

Arábia Saudita x Polônia: “Vão tirar foto com Lewa?”

Após fazer história ao vencer a Argentina na estreia, a Arábia Saudita agora tem a Polônia do atacante Lewandowski, eleito duas vezes melhor do mundo, pela frente. Se vencerem, os sauditas voltam a se classificar às oitavas de final da Copa do Mundo após 28 anos.

Para repetir a Copa de 1994, a equipe conta com o esquema tático e da motivação do técnico francês Hervé Renard, que viralizou após ficar “pistola” no vestiário do jogo contra os argentinos. Na volta, os sauditas viraram o jogo.

– Às vezes funciona, às vezes não (risos). Sou técnico há mais de 20 anos. Você sempre tenta algo para fazer seu time reagir no jogo. A única coisa que eu pedi foi para competir contra os melhores jogadores do mundo, como Messi, Lautaro Martínez, Di Maria. Vamos ter Lewandowski, Zielinski, jogadores bons da Europa. Isso me motiva. Eu sou o treinador e tenho que tentar motivar meus jogadores para eles fazerem o melhor. Eu brinco, sorrio, mas no vídeo estou gritando, xingando. Às vezes nem gosto de me ver (risos) – comentou Renard nesta sexta-feira.

Do lado polonês, o técnico Czesław Michniewicz tem outro tipo de preocupação: garantir que Robert Lewandowski seguirá como o cobrador de pênaltis da Polônia, depois de o astro da seleção parar nas mãos do goleiro Ochoa no empate em 0 a 0 com o México na estreia.

– Robert ainda é nosso primeiro batedor para os pênaltis. Se uma situação semelhante ocorrer na partida contra a Arábia, a decisão caberá a ele. Temos a cabeça limpa depois do jogo contra o México. Já encerramos esse tema. Sabemos o que fizemos bem e sabemos o que precisamos melhorar antes de nos encontrarmos com a Arábia. Não há equipes fracas aqui, como provam várias partidas na primeira fase – explicou.

O brasileiro Wilton Pereira Sampaio será o árbitro de Polônia x Arábia Saudita. Ele será auxiliado pelos também brasileiros Bruno Boschilia e Bruno Pires, com o canadense Drew Fischer no comando do VAR.

México Polônia, Robert Lewandowski lamenta pênalti perdido — Foto: REUTERS/Hannah Mckay

México Polônia, Robert Lewandowski lamenta pênalti perdido — Foto: REUTERS/Hannah Mckay

França x Dinamarca: revanche

Às 13h deste sábado acontece um dos jogos mais esperados desta primeira fase da Copa: o encontro entre a atual campeã mundial França e a Dinamarca, seleção com a melhor campanha das Eliminatórias europeias para a Copa.

Após uma vitória de virada na estreia, com direito a goleada, a França pode confirmar a primeira colocação do Grupo C (dependendo do resultado de Tunísia e Austrália, que jogam às 7h). No entanto, a “decisão” é contra os dinamarqueses, para quem os franceses perderam duas vezes na Liga das Nações nos últimos meses.

– Em muitos casos, a Dinamarca é um time subestimado. Eles nos venceram duas vezes entre junho e setembro, então temos que buscar que isso não seja o caso amanhã (sábado). Não é uma vingança. Conhecemos os jogadores dinamarqueses, e eles nos conhecem. Tudo o que aconteceu antes é útil para nós, mas também para a seleção dinamarquesa – disse o técnico francês Didier Deschamps.

Apesar do 4 a 1 na estreia, Deschamps acenou para mudanças no time, que teve atuação irregular na primeira partida no Mundial. Uma das alterações pode aparecer na defesa. Depois de escalar Upamecano e Konaté na zaga na estreia, o treinador conta com a volta do zagueiro Varane, que vem se recuperando de problemas físicos.

Didier Deschamps, da França — Foto: Reuters

Didier Deschamps, da França — Foto: Reuters

Já o que os dinamarqueses não querem neste sábado é que os franceses tratem o jogo como uma revanche. Para o técnico Kasper Hjulmand, a partida mostrará um estilo distinto do que os encontros da Liga das Nações mostraram meses atrás. O que não quer dizer que a seleção da Dinamarca esteja amedrontada, segundo ele.

– O jogo de amanhã é muito importante para nós. Eles são os atuais campeões. A qualidade que a França tem é espetacular. O jeito que eles se mostraram no primeiro jogo foi diferente de quando enfrentamos eles. Temos muito respeito, mas também sabemos da nossa força. Esse torneio é diferente, maior, mas sabemos que se jogarmos nosso melhor temos chance de ter um bom resultado contra a França. É isso que estamos focados e procurando fazer. Estamos prontos para uma grande partida – disse Hjulmand nesta sexta.

Kasper Hjulmand e Christian Eriksen em entrevista coletiva da Dinamarca — Foto: REUTERS/Gareth Bumstead

Kasper Hjulmand e Christian Eriksen em entrevista coletiva da Dinamarca — Foto: REUTERS/Gareth Bumstead

Tunísia x Austrália: contra tudo e contra todos?

Enquanto todos os olhos do Grupo C estarão voltados para o jogão europeu entre França e Dinamarca, a Tunísia abre a rodada contra a Austrália sonhando com a passagem para as oitavas de final da Copa. Após o empate em 0 a 0 com os dinamarqueses na estreia, o treinador da seleção africana, Jalel Kadri, sabe que o jogo contra os australianos passou a ser decisivo para cumprir o objetivo.

– O jogo amanhã é extremamente importante e difícil para nós. Depois do empate, nós sabíamos que essa partida seria peça-chave. Tanto para nós quanto para a Austrália. Eles têm muita competência tática, os atletas são muito físicos. Isso foi provado no jogo contra a França – analisou Kadri.

O contraste do grupo: enquanto a França está a uma vitória de avançar às oitavas, a Austrália está a uma derrota da eliminação. O problema é que os australianos não vencem um jogo de Copa desde 2010. E eles estiveram em 2014 e 2018. Nestas duas últimas Copas, foram cinco derrotas e um empate, justamente contra a Dinamarca, que será rival da última rodada. Para chegar com alguma chance de avançar às oitavas, porém, a Austrália precisa vencer neste sábado.

– Usamos isso como motivação. Quando você olha, desde a Copa de 2006 nós só ganhamos dois jogos em 17, não é um recorde fantástico. No geral, trata-se de usá-lo como motivação para chegar lá e ser a próxima geração – disse o técnico australiano Graham Arnold.

Espera-se 30 mil tunisianos no estádio Al-Janoub, em Al-Wakrah. Se jogar contra tudo (estatísticas) e contra todos (torcedores) é uma motivação, os australianos podem ter uma esperança.

Dinamarca Tunísia Copa do Mundo — Foto: Reuters

Dinamarca Tunísia Copa do Mundo — Foto: Reuters (GE)