O presidente do PL (partido de Jair Bolsonaro), Valdemar da Costa Neto, anunciou nesta terça-feira (22) que pedirá anulação dos votos de supostas urnas eletrônicas “comprometidas” utilizadas na eleição deste ano.
Valdemar informou que oficializará o pedido junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para que até 250 mil equipamentos sejam desconsiderados.
No último fim de semana, o presidente do PL havia dito que as urnas fabricadas antes de 2020 teriam um problema com o número de patrimônio, que causaria impossibilidade de controle dos votos depositados nela.
“Pelo estudo que nós fizemos, tem várias urnas que não podem ser consideradas. São as urnas de 2020 pra baixo, as urnas antigas, todas elas têm o mesmo número, não têm patrimônio, não tem como controlar a urna”, disse em vídeo divulgado nas redes sociais.
Na mesma filmagem, Valdemar alegou ter documentos registrados em cartório que comprovariam os argumentos e avisou que os levaria ao TSE. Ele não apresentou, porém, a suposta documentação.
Pressão de bolsonaristas
De acordo com a coluna de Lauro Jardim, no jornal O Globo, a ação do presidente do PL é uma resposta aos apoiadores bolsonaristas que cobravam alguma atitude dele no sentido de mudar o resultado do pleito realizado no mês passado.
Interlocutores do próprio Valdemar, porém, já teriam sinalizado que a medida apenas empurrará para o lado do TSE a responsabilidade de reafirmar que as eleições não tiveram qualquer irregularidade.
Ao contrário do que exige boa parte dos aliados de Bolsonaro, o próprio presidente do PL salientou que sua intenção não é de anular a última eleição presidencial.
“Nada de ter nova eleição, nada de tumultuar a vida do país. Mas tem umas urnas que precisam ser revistas e nós vamos aí propor para o Tribunal Superior Eleitoral até terça-feira essa nossa nova proposta. Pelo estudo que nós fizemos, tem várias urnas que não podem ser consideradas”, afirmou.