Com mais tempo de preparação entre uma temporada e outra, a diretoria do Cuiabá já se planeja para o terceiro ano consecutivo na Série A do Campeonato Brasileiro. Em entrevista ao ge, o vice-presidente do clube, Cristiano Dresch, falou sobre possíveis saídas, renovações e reforços para a equipe. Segundo o dirigente, as opções apresentadas foram interessantes já nos primeiros dias no mercado.
Principal destaque em 2022, Walter irá permanecer no time para o próximo ano. A multa para tirar o goleiro é de R$ 240 milhões, com vínculo renovado automaticamente. O objetivo do Dourado é ter o jogador até 2024.
– O único jeito do Walter sair é se alguém pagar a multa, que é estratosférica. São R$ 240 milhões a multa, ninguém vai pagar. Então o Walter continua no Cuiabá para o ano que vem, e o que a gente negocia é uma prorrogação de mais um ano para ter ele até 2024. Mas para 2023 o Walter está garantidíssimo por contrato, está assinado. Ninguém é capaz de pagar essa multa.
Cristiano Dresch, vice-presidente do Cuiabá — Foto: Divulgação/Cuiabá
Na linha defensiva, Joaquim é considerado a revelação do Cuiabá nesta temporada. O jovem zagueiro se destacou por partidas seguras, capacidade física e técnica para atuar até mesmo como lateral direito. Sondado por clubes europeus e brasileiros, o jogador tem contrato com o Auriverde até 2026, mas deve deixar o clube após a valorização obtida.
Cristiano destacou o risco que o clube corre por não negociar um atleta que passa por este momento.
– O Joaquim se valorizou muito, e é um risco muito grande para um clube como o Cuiabá não vender um atleta que está muito valorizado. Tudo pode acontecer com um jogador. A gente teve várias propostas pelo Joaquim na janela de meio do ano, propostas quentes da Rússia, Espanha e Itália. Além de clubes europeus, há clubes brasileiros interessados no zagueiro. A gente já definiu um valor e acreditamos que vai existir essa negociação sim, porque não podemos nos dar ao luxo de arriscar não vender um jogador nessas condições. Para o Cuiabá é muito importante, pois em relação aos outros clubes da Série A, arrecada muito pouco.
– Se ele sair do Cuiabá, vai ganhar dez vezes mais do que ele ganha. O Joaquim tem um salário razoavelmente bom para um jogador da idade e currículo dele. Para o próprio atleta é algo que temos que pensar nele e na família. O Joaquim é um jogador que eu tenho um carinho grande, que contratamos assistindo um jogo, e ver o crescimento dele é uma satisfação para nós.
Outros dois jovens que ganharam destaque foram Denilson e Ricardo Cerqueira. O volante pertence ao Bangu e Itapirense, enquanto o lateral-direito tem vínculo com o Capivariano. Ambos serão comprados em definitivo pelo Dourado para seguirem no clube.
– O Denilson será comprado pelo Cuiabá, já está definido. Ele tem empréstimo até 30 de abril conosco, então temos até essa data para formalizar a compra. Mas com certeza um jogador de 21 anos, com o biotipo do Denilson, que fez vários jogos como titular na Série A, a gente é obrigado a comprar esse jogador.
– O Ricardo Cerqueira é um ano mais jovem que o Denilson, vai jogar a Copa São Paulo de Futebol Júnior. Tem muito potencial, um perfil excelente. É o tipo de jogador que a gente busca. Atleta com fome, vontade de crescer, um perfil muito parecido com o do Joaquim. O Ricardo vai ser comprado do Capivariano.
Segundo Cristiano Dresch, os valores são R$ 400 mil por 60% do Denilson e o mesmo valor por 60% + 20% pelo Ricardo.
O vice-presidente do Cuiabá falou sobre os primeiros dias no mercado e qual deve ser a postura do clube diante das opções de transferências. Segundo o dirigente, o objetivo é definir o técnico ainda neste ano para participar da montagem do elenco, mesmo que isso não seja definitivo para fechar boas contratações.
– Existe um mercado de contratação para o Cuiabá e um pro Palmeiras, São Paulo e Flamengo. Um clube como o Cuiabá, quando aparece uma boa opção no mercado, você não pode deixar de contratar. Pois são raras as oportunidades. É claro que começar o ano com um treinador ele vai participar da montagem, a opinião dele vai ser importante, mas não é a salvação da lavoura. Não é porque o Cuiabá terá um treinador que irá montar um elenco bom.
– Vamos investir em nosso departamento de mercado e vamos investir muito na observação de jovens jogadores. Este ano a gente teve um retorno muito positivo em nosso elenco principal de jogadores que vieram do Sub-23, como o Joaquim, Denilson, Lucas Cardoso, Vinicius Boff, Gustavo Nescau e Ricardo Cerqueira. Eu acho que o futuro do Cuiabá passa por isso, por um clube com uma boa atuação no mercado, nas apostas, uma análise melhor. Esse ano trazer jogadores famosos não deu certo, tivemos muitas dificuldades. Foi mais uma dificuldade de contratar, das poucas oportunidades que o mercado oferece, e a gente acabou optando por esses jogadores que não renderam tanto.
A reapresentação do Cuiabá está agendada para o início de janeiro. Até lá, o clube espera definir o comandante técnico e se reforçar com peças pontuais, além de manter a base do elenco que garantiu a permanência na Série A por mais uma temporada. (GE)