Confiante durante todo o trabalho à frente do Cuiabá, António Oliveira terminou a temporada com o dever cumprido. Com problemas e soluções, o treinador conduziu a equipe auriverde à permanência na Série A do Campeonato Brasileiro. Após carimbar o objetivo, o técnico português agradeceu a oportunidade e falou em tom de despedida do clube mato-grossense.
António, assim como todo o grupo, passou por uma temporada turbulenta e complicada. Sempre próximo da zona da degola, o Dourado saiu do Z-4 na reta de chegada do Brasileirão e não voltou mais. Apesar do contexto muitas vezes desfavorável, o comandante sempre acreditou que a conquista viria.
– Quando sabemos o que estamos fazendo, quando acreditamos muito em nosso trabalho, em nossa competência. Independente dos desafios, eu precisava passar por isso. Sempre disse que seria desafiante até o fim, e não menti. Apesar de eventualmente muita gente continuar sempre cética, eu sempre fiquei muito tranquilo.
Contratado com o campeonato em andamento, António somou oito vitórias, doze derrotas e nove empates. Ele valorizou o trabalho realizado junto com a comissão técnica, jogadores e demais envolvidos.
– O que é fato é que ao longo destas 29 rodadas, só não fiz nove. Pra mim era importante fazer essas nove, muito pela construção de um elenco de acordo com as características para aquilo que é o jogo que eu ambicionava. Em certos momentos isso foi possível, em outros nem tanto, tive que adaptar às características dos jogadores. Mas isso é o futebol.
– Nós permanecemos com duas rodadas de antecedência. Só um louco que pensava que nós com seis gols de diferença teríamos problemas. Isso não existe no futebol. Ano passado o Cuiabá se salvou na última rodada, este ano nós nem precisávamos deste resultado. Portanto, vamos perceber as circunstâncias deste caminho, que foi um caminho difícil, mas foi prazeroso pra mim.
Em tom de despedida, António Oliveira fez agradecimentos ao clube, ao vice-presidente Cristiano Dresch e aos atletas. Questionado sobre uma possível permanência no Cuiabá, o treinador disse que pretende descansar e matar a saudade da família. Porém, já tem reuniões agendadas e a vontade de continuar no Brasil.
– Agora eu vou pegar o avião, vou descansar e não quero ouvir falar de futebol nas próximas duas semanas. Eu sempre disse, da mesma forma que eu vim aqui, é evidente que a minha família tem uma parte importante na minha decisão, apesar dela sempre aceitar porque consegue entender a minha paixão e felicidade de estar dentro deste meio. É aquilo que eu gosto, tenho objetivos claros na minha vida, quero ganhar títulos, isso é algo que eu tenho em minha cabeça, mas eu precisava passar por isso.
– Como eu disse, nesta altura tenho conversas agendadas com diversas pessoas para poder decidir aquilo que é o melhor para minha carreira e pro meu futuro, de acordo com o que são meus objetivos e minhas ambições.
– Mas vou ser honesto: quero pelo menos mais um ano continuar no Brasil. (GE)