No Mato Grosso, somente 52% das crianças com menos de cinco anos receberam o imunizante

O Ministro da Saúde Marcelo Queiroga fez um pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão no último domingo (06/11). Na declaração, ele reforçou a importância da vacinação contra a poliomielite, e pediu o “engajamento dos gestores de saúde e da sociedade civil” para garantir a cobertura vacinal no país.

“Faço um apelo aos pais, avós e responsáveis. Vacinem suas crianças contra a poliomielite. Não podemos negar esse direito ao futuro do nosso Brasil. Não podemos aceitar que ninguém, especialmente as nossas crianças, adoeçam e morram de doenças para as quais existe vacina há tanto tempo”, disse Queiroga.

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Segundo dados do Ministério, menos de 70% das crianças de até cinco anos receberam a dose do imunizante, enquanto a meta é atingir 95% do público-alvo. No Mato Grosso, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) alerta que a procura pela imunização alcançou somente 52%.

Mato Grosso

Na última semana, o Ministério Público do Estado (MPT-MT) também se manifestou acerca da baixa procura pelas vacinas. O órgão afirmou que as promotorias de todo o estado podem notificar as creches e escolas do ensino infantil para que seja realizado o acompanhamento das carteiras de vacinação dos alunos. Caso sejam constatadas irregularidades, o Conselho Tutelar poderá ser acionado para verificar a situação.

Além dele, o Tribunal de Justiça do Mato Grosso (TJ-MT) solicitou que magistrados e servidores que trabalham na área da infância e juventude estimulem a imunização dos grupos recomendados.

“Revela-se importante nossa participação enquanto Poder Judiciário de auxiliar o poder público na sua localidade no sentido de ajudar na sensibilização, convencimento dos pais, verificar se os municípios estão com vacinas suficientes, se um município pode ceder vacinas a outro, ajudando em todas as perspectivas para que Mato Grosso atinja as metas de vacinação”, defendeu o juiz Túlio Duailibi.

Doença

A poliomielite é uma doença contagiosa aguda causada pelo poliovírus, agente que vive no intestino e é passado de uma pessoa para outra por meio de contato com fezes e secreções contaminadas.

Os sintomas mais comuns são febres, mal-estar, dores de cabeça, garganta e no corpo, vômitos, diarreia, espasmos, rigidez na nuca e até mesmo meningite. No entanto, a infecção pode ser assintomática.

O vírus ataca o sistema nervoso e destrói neurônios motores, que são responsáveis por enviar sinais aos músculos e glândulas, causando assim a paralisia. Por outro lado, se a poliomielite atacar centros nervosos que comandam a respiração ou deglutição, ela pode levar à morte.

Sem cura, não há tratamento específico e, após instalada a enfermidade, o paciente deve ser hospitalizado para receber medicação para dor e acompanhamento ortopédico e fisioterápico.

Entre as possíveis sequelas, estão problemas nas articulações, osteoporose, pé torto, crescimento diferente das pernas, paralisia das pernas, dificuldade para falar e engolir e atrofia muscular.

O Brasil recebeu em 1994 o certificado de eliminação da pólio, resultado atingido graças ao sucesso das campanhas de vacinação que protegeram a população. Agora, no entanto, o risco volta a rondar o país.

A única maneira de prevenir a pólio é a vacinação, que consiste na aplicação de três doses da vacina no bebê aos dois, quatro e seis meses, e após o esquema é completado com duas doses de reforço até os cinco anos de idade.

 

*ROSANE MARIA ORTH ARGENTA   é diretora executiva da Franquia Saúde Livre

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