Muito se fala em empoderamento. Eu, como mulher, sou a prova de que, na maioria das vezes, os discursos são enviesados, distorcidos e mesmo machistas. Ainda se atrela a ideia de mulher empoderada àquela que usa um salto alto, bolsa de marca, que demonstra poder na roupa e no cabelo. Começa por aí o engano, isso é apenas possibilidade de recurso financeiro.
Acredito que muito do preconceito do termo, inclusive por mulheres, vem do fato das pessoas não entenderem o significado da palavra. Primeiro que, empoderamento, está muito mais ligado à autocura do que a poder. Significa entender o papel de si na sociedade, entender a importância de se posicionar e de fazer pelo próximo. É amar e dar importância a si.
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Nesse percurso surgem as mulheres que fazem por mulheres, peças essenciais para que o empoderamento realmente aconteça. São mulheres que mostram o caminho, inspiram, dão recursos e instrumentos para que outras mulheres possam estar em um espaço que elas não têm acesso, para que possam chegar a alguns lugares que, às vezes, é preciso de uma ponte para alcançarem o que precisam. O empoderar é pegar todo esse auxílio e usar ao seu favor, entendendo, definitivamente, os termos eu posso e eu consigo.
No mesmo sentido, há mulheres que dificultam a vida de outras mulheres. São àquelas que não acreditam que outra mulher possa ter sucesso, que agem mais como muro do que ponte e que se aproximam muito mais de homens ou de outras mulheres que pensam igual. Acredito que essa atitude seja uma rejeição interna da pessoa. Talvez ela ache que não seria capaz de estar lá ou de fazer a mesma coisa. Muitos estudos apontam que essa incapacidade interna a leva, ao invés de competir e estar junto no processo, a uma negação ou desaprovação, justamente pelo receio de não conseguir.
Penso que nós mulheres não devemos ser extremistas. Isso não é uma competição entre homens e mulheres, ou mesmo mulheres com mulheres, mas sim um posicionamento importante para todas as mulheres. Gosto muito de uma fala do Mario Sergio Cortella que devemos fazer três perguntas que eu chamo de Ética de Vida: Eu devo? Eu posso? Eu quero?
Se diante das atitudes que a gente pode tomar dentro desse empoderamento feminino você se questionar e entender que nem tudo que eu posso eu devo, nem tudo que eu devo eu quero e nem tudo que eu quero eu posso, ao responder essas três perguntas, tenha certeza que você está sendo honesta e leal, tanto com mulheres, quanto com homens.
Empoderar é conhecer e reconhecer, é se amar. Às mulheres que brigam, discordam ou não gostam da palavra, repensem, empoderar-se não é gritar num púlpito, causar confusão, ou estar em um salto, e sim não aceitar menos do que se merece. Segue aqui uma mensagem de quem já vivenciou muitas histórias, quando uma mulher é dona de si, independente do termo, ela por si basta, e essa conversa aqui não tem nada a ver com homens.
*SÔNIA MAZETTO é Gestora de Potencial Humano, Terapeuta Integrativa, Fonoaudióloga e Palestrante
CONTATO: www.facebook.com/sonia.fonsecamazetto