O presidente da Câmara de Cuiabá, vereador Juca do Guaraná (MDB), disse que o próximo passo para dar seguimento à cassação do vereador Marcos Paccola (Republicanos) é a convocação da primeira suplente Maysa Leão (Republicanos).

“Por votação, a maioria decidiu pela cassação, pela perda do mandato do vereador tenente-coronel Marcos Paccola. Vamos passar para o nosso Apoio Legislativo, que vai seguir os trâmites normais e já convocar o suplente”, disse nesta quarta-feira (5).

Em sessão extraordinária hoje, que durou mais de quatro anos, Paccola teve seu mandato cassado por 13 votos. O processo se deu pelo envolvimento do parlamentar no homicídio do agente socioeducativo Alexandre Miyagawa, pelo qual Paccola é réu na Justiça.

“Desde o inicio nós já dizíamos, que nós iríamos respeitar o contraditório, a ampla defesa e, acima de tudo, o nosso Código de Ética, nosso Regimento Interno. Então, foi tudo respeitado”.

Segundo Juca, ao responsabilizar o parlamentar pelo ato, a Câmara deu uma resposta à sociedade, de que o crime foi “uma ação individual, isolada, de um vereador”.

O emedebista ainda afirmou que foi estratégico aguardar o fim das eleições para realizar a votação, a fim de evitar possíveis acusações de impulsionamento político pelo processo.

“Sobretudo, nós esperamos passar a eleição para não falar que teve vínculo político, que ninguém quis aparecer para fazer votação, para fazer política na cassação do vereador”.

Isso porque Paccola, assim como Juca, Edna Sampaio (PT), Kássio Coelho (Patriota), Sargento Vidal (MDB) e outros parlamentares concorreram nas eleições de domingo (2).

 

Acusação

Após a decisão pela cassação do mandato ser proferida pelo presidente da Casa, Paccola pediu justificativa de voto e acusou alguns vereadores de pertencerem a uma “organização criminosa”, em referência ao prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), ao qual fazia oposição na Câmara.

“Alguns aqui eu não me decepcionei, mas com outros, vereador Lilo, vereador Vidal, vereador Rodrigo Arruda de Sá, eu me decepcionei muito”, disse Paccola.

“Eu não acreditava que os senhores faziam parte da maior organização criminosa de Cuiabá, e eu vou provar, um por um, inclusive o senhor, presidente”, continuou, dirigindo-se a Juca.

Questionado sobre a acusação, Juca disse que a fala foi no “calor do momento” e só mostrou o desespero de Paccola.

“Como diria meu saudoso pai: ‘[Quando] está morrendo afogado, se segura até em cachorro morto’”, disse.

A primeira suplente de vereadora Maysa Leão