As redes sociais têm sido uma ferramenta intensamente explorada nas campanhas eleitorais. Em Mato Grosso, os deputados estaduais que buscam a reeleição têm atuado com afinco nesses meios, onde podem trabalhar conteúdos criados para públicos específicos.
Entre os deputados estaduais que buscam a reeleição, Janaina Riva (MDB) é a que mais se destaca no Instagram, com 114 mil seguidores. Este fato, segundo o marketeiro Humberto Frederico, se dá porque Janaina está constantemente buscando engajamento com seus seguidores.
“A Janaina fez um trabalho durante um mandato inteiro de aproximação com o eleitor dela. E não basta somente você ter seguidor. Precisa conversar com seus seguidores, entender quem está te seguindo, entender o que a sociedade quer”.
Além dela, o ranking dos cinco candidatos à reeleição mais seguidos no Instagram são: Elizeu Nascimento (PL) com 58,1 mil, Wilson Santos (PSD) com 29,6 mil, Faissal Calil (Cidadania) com 25,2 mil e Sebastião Rezende (União) com 23 mil.
Entretanto, de acordo com Humberto, não basta somente ter números. É importante acompanhar o alcance das publicações, impulsionando com anúncios pagos aquilo que gerou mais interesse para que tenha ainda mais visibilidade, produzindo conteúdos específicos para cada plataforma onde for veiculada e principalmente dialogando com os seguidores.
“Por exemplo, no TikTok, eu busco o jovem. No Twitter, eu busco formador de opinião. No Instagram, é a classe A e B, no Facebook é a classe C, D e E. Você pode falar do mesmo assunto, mas em cada rede você tem que criar formas diferentes de trabalho”.
Para ele, as publicações nas quais os candidatos pedem para os seguidores marcarem amigos, chamadas de “call to action”, não é uma tática eficaz, assim como a compra de seguidores. Segundo ele, a chance de retorno do público com esse tipo de estratégia é quase nula.
Já os memes, que fizeram muito sucesso nas eleições de 2018, também são uma ferramenta sensível, que deve ser utilizada com parcimônia, de forma inteligente, e, principalmente, com o intuito de viralizar.
“Hoje boa parte dos candidatos, e só você olhar a prestação de contas, o anúncio pago faz parte de um bom montante das campanhas. Tem candidato que prioriza praticamente toda sua campanha em cima do anúncio pago”.
O especialista explicou que o foco dos candidatos deve ser em produzir conteúdos que informem o eleitor sobre o porquê da visita àquele município ou bairro, o que foi feito e quais os planos dos candidatos para aquela região. “A qualidade do conteúdo é muito mais importante que a quantidade. E é nisso que os políticos erram”.
Desde 2014 Janaina é a única representante feminina na Assembleia Legislativa. Além desse público, a deputada busca também conversar com a comunidade LGBTQIA+, as mães, os servidores públicos e aposentados e outros. Delimitando isso, ela conseguiu atingir o seu objetivo de dialogar com o vasto público de seguidores que conquistou.
“Não adianta você publicar conteúdo, sendo que as pessoas não prestam atenção no seu conteúdo, sendo que as pessoas não se comunicam, sendo que elas não entendem a mensagem que você está passando”.
Plataformas
Nesta eleição, o especialista aponta que tem visto a ascensão de outras duas plataformas para a campanha: o Youtube e o WhatsApp. De acordo com ele, no Brasil mais de 90% da população utiliza o Whatsapp, que ele chama de “grande rede social”.
Já no Youtube tem sido utilizada a ferramenta das propagandas de sete segundos, que não dão a possibilidade do usuário pular. Humberto afirmou que é a melhor forma de fazer com que os usuários da plataforma assistam ao conteúdo completo, mesmo que sejam mais curtos.
“Não adianta jogar um vídeo de dois minutos, por exemplo, um jingle de um candidato. A pessoa não vai assistir os dois minutos, ela vai pular antes do nome [do candidato], do número”.
Fonte: MidiaNews